O que resta de nós?

E com o passar dos dias, eu já não consigo conciliar as opções.

As fotos me parecem vazias. Eu vejo as expressões, mas não as "sinto". Sabe como é?

Eu costumava sorrir à cada imagem que passava... Hoje em dia, as figuras passam

e eu finjo ignorar. Mas, lá dentro do peito o coração aperta, e os pulmões forçam o ar a sair, em vão.

A cada suspiro, uma lembrança. A cada piscar de olhos, uma lágrima cai.

A cada sorriso, uma parte de mim morre.

Os pedaços remanescentes da nossa história, eu tento apagar com outros lábios.

Enquanto meus devaneios distorcem a realidade, eu me perco.

Eu desperdiço meu tempo - e minhas composições - atirando aos ventos o que resta de nós.

E, novamente, eu me encontro iludido sobre outras palavras.

Não é teu sorriso, não são teus olhos, não são tuas mãos.

Ah, tuas mãos... As quais beijei sem pudor.

Tuas mãos... As quais segurei enquanto jurava amor eterno.

Mais uma vez as lágrimas acompanham minhas palavras, que escorrem junto às lembranças.

Não é você!

Não é você... E como eu gostaria que fosse.

E, ao final da noite, lá estou eu... voltando ao começo da minha história... sozinho...

Um babaca que se apaixona por qualquer palavra amiga.

Eu não te mereço. Mas será que realmente acredito nisso?

Não te julgo, te apoio. E desejo o teu bem.

Sinto tanto, e não te sinto mais.

Lembrei do teu rosto, avermelhado, ao ler meu poema amassado...

Lembrei do meu encanto, ao fitar teus olhos pela primeira vez...

Lembrei do teu abraço, teu cheiro, tua voz...

Lembrei... e não esqueço jamais.

Doda
Enviado por Doda em 27/01/2013
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