Carta para Jota.

Sempre acho que a parte mais complicada de um texto é o começo, no geral sempre já sei o que desejo no contexto, mas nunca por onde começar, e por acreditar que tudo que escrevo é um espelho de mim, toda primeira vez é para mim é uma angustia. O primeiro dia de trabalho, o primeiro envolvimento, o primeiro beijo, o primeiro sexo, até naquilo que deveria ser extintivo.

Poderia iniciar esse texto dizendo que é uma breve descrição, mas quis descrevê-lo talvez não fiel ao que de fato é, mas a como meus olhos recebem.

Começo dizendo aquilo que me chamou a atenção desde o primeiro instante, os olhos, a profundidade daquele primeiro contato visual. Minha inquietude lá, que aguardava por alguém desconhecido, entre pessoas que iam e vinham por todos os lados, me permitindo ainda questionar minha coragem esperar algo que não sabia exatamente o que era, e você chegou, com seus olhos gentis e determinado como se me conhecesse a séculos, olhos tão seguros que me deixam insegura. Continuei sem saber quem era, mas sabia que era algo bom, que podia ser um começo.

Dai para frente, uma avalanche de informações, era gentil e tão assertivo em cada gesto que parecia me ler até nos pensamentos e desejos mais íntimos, em paralelo com sua delicadeza e seu machismo que chega a ser até bonitinho, em conduzir absolutamente tudo.

Sua beleza interna e externa, ambas, que me faziam questionar sua presença ali, também a correr o risco do desconhecido.

Lembro-me que me tomou pela mão e me beijou de maneira mais rápida que minha própria emoção, e eu lá ainda sem saber o que dizer. E assim permaneço por semanas, fora do ar e esquecida do mundo em sua presença.

Sua presença desafia os meus limites espontâneos e os involuntários também, estou sempre na divisa dos meus medos, como uma criança que quer muito saber o que tem do lado de fora, mas que tem um baita medo de ser pega para fora de seu circulo de confiança, da sua margem segura.

Seu toque me causa uma sensação tão diferente das já conhecidas, um desejo intenso, mas sem pressa, seguro de que vai ocorrer tudo de forma perfeita na sua hora, no momento preciso, da maneira mais carinhosa e respeitosa. Você é respeitoso como um beijo na testa e eu me sinto lisonjeada com isso.

Amo suas palavras, são palavras de quem me observa em minha totalidade como um jogo dos 7 erros. Nunca me senti tão admirada em minhas particularidades de mulher.

Por fim, me surpreende! Em cada mensagem, cada encontro, cada gesto, cada ligação... Não só me escuta, me ouve, me fazendo sentir a mulher mais interessante da face da terra.

Me sinto uma adolescentes aprendendo a usar novamente o telefone, a receber elogios, a ser cortejada. Dai para frente a palavraque mais disse foi; "Caraca!", palavra insubstituível, caraca que legal, caraca que lindo, caraca ele existe!?

Acho que mereço meus créditos também, resolvi dividir minha história com você e estou ás 3h01 da madrugada de sábado escrevendo esse texto pelo celular e sem corretor ortográfico ( importante destacar).

Enfim, um dia de cada vez, você vem como um presente no sentido de tempo e no sentido literal. Um dia de cada vez e eu sempre torcendo para a próxima, como uma boa mulher ansiosa.