Vida e Morte no Cerrado
Centenas de casas estão sendo construídas no bairro Dumaville, em Esmeraldas, e sei o quanto isto é importante, pois o déficit habitacional em nosso país, segundo o governo federal é de mais de seis milhões de moradias. De onze milhões, para entidades do movimento de luta por moradia.
O que me intriga é o fato de as casas serem construídas em uma área de infraestrutura precária. Grave do ponto de vista ambiental e sanitário.
Está em uma região de pequiseiros. Os pequis são protegidos por lei, derrubá-los é crime inafiançável. Eles estão sendo cortados impiedosamente. Além dos pequis, vão abaixo paus d’óleos; paus-terra; barba-timão; cagaitas; gabirobas; os poucos vinháticos que resistem às motosserras, entre outras vegetações típicas do cerrado mineiro. Além da flora, nossa fauna fenece.
Não há interceptores de esgotos, o que levou os empreendedores imobiliários a construção de fossas, que podem comprometer o frágil lençol freático do cerrado. As construções avançam, engolindo a beleza, destruindo vidas. Indignado pergunto:
- A legislação está sendo atropelada? (Na verdade é uma pergunta de retórica, pois a derrubada dos pequis comprova);
- Quem autoriza?
- Há o EIA/RIMA? (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto ao Meio Ambiente);
- Há licença prévia? Licença de instalação?
- Quem fiscaliza?
Peço a quem ler esse texto, encaminhá-lo a ambientalistas, e, se possível fazê-lo chegar a alguma autoridade constituída.
O autor e a natureza agradecem.
www.jestanislaufilho.blogspot.com
Imagem: foto do autor.