A carta

21 de janeiro de 2013.

Essa dor se tornou algo comum para mim, ultimamente.

Eu não quero que ela saia de mim, eu já me acostumei com ela. No momento em que isso parar de doer, vai ser sinal de que você saiu de dentro de mim, e isso é o que eu menos quero. Eu te amo e isso é algo que ninguém vai mudar, nem você, nem eu...

Você não me ama, e isso é um fato que eu vou ter que encarar, e eu o faço, todos os dias.

Talvez seja sim insegurança, mas não é o que eu tenho percebido. Por isso, fique sabendo que eu penso que, de verdade, você não me ama mais do que eu amo você (mesmo que você diga que o faz). Se eu imagino minha vida atual sem você, tudo desaba, por falta de sustentação e de interesse.

Você é a meta à qual eu me dirijo, o ponto de convergência de todos os meus desejos.

Você é meu foco.

Meu sonho, ultimamente, é sussurrar à você coisas que, nesta carta, pareçam triviais, mas a dois, onde ninguém possa ouvir, só nós, que nada nos incomode, nem o choro de uma criança, nem esse amor inexistente de sua parte, possa nos incomodar.

Os meus pensamentos, todos sobre e para você, percorrem as profundezas da minha alma.

Até mesmo onde mais discordamos, e como as nobres palavras de Antígona de Sófocles parecem ter sido pronunciadas inteiramente para você: “É para amar com você, e não para odiar com você, que eu estou aqui”.

E que você seja feliz, como eu serei,

De sua

Beatriz

Beatriz Lundstrom
Enviado por Beatriz Lundstrom em 22/01/2013
Reeditado em 24/01/2013
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