A verdade malDITA.

Amor de alguém,

Eu prefiro a verdade malDITA através dos seus olhos... do que a mentira benDITA por meio de seus lábios. Lábios que um dia beijei com tanto desejo e, hoje me afasto com fúria e falta de pudor.

Jamais me esquecerei de cada gesto, de cada olhar, de cada toque que você e a outra trocaram de um jeito sem vergonha e sem juízo. E eu? Eu fiquei parada, estática, sem uma reação que, de fato, enobrecesse a mim naquele instante. Meu coração sangrou, minh’alma se perdeu num universo gigante. E eu? Eu ganhei a comprovação de que tudo que vivemos não foi tão importante para você como a mim.

A gente conviveu, aprendeu, trocou carícias, compartilhou histórias, dividiu tristezas, alegrou-se com as vitórias de cada um, mas só eu senti, só eu chorei e sorri de verdade, só eu amei. Você? Você brincou de amar, brincou de fazer júrias de sentimentos errôneos, brincou de se preocupar comigo, quando, na verdade, a única preocupação era consigo.

O que eu fiz para merecer isso? Não sei. Só sei que fui tola. Tola ao ponto de fazer planos com alguém que decerto não fez o mesmo comigo. É triste ter que imaginar que não haverá nosso casamento, nossa casa, nossos filhos, nosso cachorro, nossos finais de semana, nosso dinheiro, nossas férias, nossa vida. Não haverá mais a junção de sonhos, pois o tempo todo eu sonhava sozinha. E, agora acordada de tanto que me prendia, percebo que não é tão simples assim desfazer de certas marcas que o tempo me causou. É muito mais que a mudança de um pronome possessivo, sabe? É mudança de vida, de olhos, de pés, de caminhos, etc.

Todavia, algo é certo: parada não ficarei, chorando não continuarei... e amando eu sempre estarei, a mim. Certa deste amor, despeço-me de você.

Espero que a sua risada deste momento não incomode a minha nova caminhada e, que a sua vontade de viver não intimide as páginas que mais adiante serão escritas em minha história.

Adeus.

Lee Lopes
Enviado por Lee Lopes em 21/01/2013
Reeditado em 21/01/2013
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