CARTA DE ADEUS
São poucas coisas a te falar. Talvez um nada. Talvez tudo.
Os pensamentos estão por aí. Vacilantes. Intranquilos.
Já se passaram muitas luas e o meu sol ainda se esconde entre densas nuvens. Nuvens essas que me deixam em solitária melancolia.
Te pedi para me seguir por aí. Sem destino. Sem tréguas. Mas tu não o fez até esse momento.
Divago entre travesseiros e lençóis e em vão descubro que até assim encontro-me na triste solidão.
Meu nome não lhe basta, meu perfume não te alcança mais.
Te sinto mais distante do que na primeira aparição do luar. Naquela noite haviam lobos que pernoitavam à minha procura. Os deixei ao relento e te busquei no casario de meus sentimentos.
Foi ali, guardado à chaves que estava meu melhor e mais doce carinho.
Ilusão essa minha. Carinho assim não basta. Precisa de ter asas. Precisa voar em grupo, se acasalar... E agora, em mãos vazias vejo voar meus desejos, meus carinhos. Sinto-me vazia também. Não sei o que posso fazer mais. Tudo o que eu sabia para te cativar fiz.
Agora, nem eu mais me acredito. E se eu não creio em mim, é que tudo o mais é vão, é passado.
Te digo, não mais te procurarei. Não mais deixarei que meu coração tenha algo a acorrentá-lo. Esse tal de amor faz isso... E agora que nem ele eu tenho, melhor ficar assim... um peito vazio, uma alma morta, mãos em adeus.
Milena Medeiros-18/01/2013-23:50H