Amor...

Perder um grande amor não é fácil...principalmente aos trinta e dois anos de idade...era uma menina...cheia de sonhos, projetos, esperanças...

Quase doze anos de um amor sólido e intenso...daqueles de filme...com enredo delicioso, digno de uma obra de Charlotte Brontë ...

Arrancado abruptamente numa manhã fria de março...

E a realidade dura e implacável...que enfrentei com coragem apesar de toda dor...

Estas dores trouxeram sérios desequilíbrios orgânicos...também vencidos e superados...

Não posso lamentar...tudo foi vencido com muita dignidade...

Só a bem pouco tempo voltei a me olhar com mais carinho...

Voltei a me permitir sonhar...

Será possível sonhar depois de tantos anos percorridos sozinha ??

Sozinha como mulher...sufocando desejos e aspirações...

E me deparo com o mundo novamente...

Agora tão frio e impessoal...

Não tenho mais vinte anos...

Mas meu coração sim, ainda teimosamente olha com a doce ternura da juventude...

Será possível redescobrir o amor, em sua plena totalidade ?

Não sei...

O medo do desencanto me assombra...

Vago entre o acreditar no encontrar de duas almas e a triste realidade de almas que não se permitem mais se tocar...

O frio das relações impessoais, pautadas só no desejo físico, no egoísmo aviltante...

Me sinto uma menina com medo...

E esse medo talvez não me permita viver um novo amor...

Amor tão sonhado...repleto de ternura e encantamento...como da primeira vez...