Nunca Fomos Tão Revoltados – Texto 4 ( Arthur Marchesini)
A cada dia percebo o quanto vinha sendo lubridiado
Desde minha infância tenho sido contaminado com anúncios publicitários me seduzindo ao consumismo
Roupas, relógios, perfumes, televisão e diversos outros lixos.
Não sou as coisas que tenho, não sou a roupa que uso, não sou o carro que ando nem muito menos o bairro ou cidade que moro
Que tolice essa nossa de darmos valor a coisas tão banais, dane-se suas porcarias eletrônicas e essas coisas tão inúteis que nos obrigam a uma vida tão mesquinha e miserável.
- Que belo tênis que tens, quanto custou?
- paguei R$ 399,99 na promoção, da pra tirar uma onda!
Que dialogo tão besta e ao mesmo tempo comum em nossa sociedade, assim é com carros roupas e diversos outros objetos.
Tenho atentado muito para a funcionalidade das coisas, cada dia mais venho me desinteressado por esse sistema cruel e usurpador no qual vivemos.
Por essa guerra individual pela busca de atenção e estimas pessoais, de interesse pelos outros apenas por aquilo que ela pode nos dar...
Pois bem sistema de merda,, tenho boas notícias
Estou acordando deste sonho que fui obrigado a sonhar
Estou criando coragem para me libertar desse abraço mortífero e ilusório
Estou aprendendo a viver com pouco e deixando de dar valor aos supérfulos
Estou vendo o dia, sentindo o vento, ouvindo os ventos, estou me banhando na chuva, apreciando as noite e as estrelas
Estou vivendo
Parei de tomar refrigerantes, sucos com corantes, comidas instantâneas e outras porcarias mais tão ruins e degradantes como as doenças infectantes.
Acordei e vi o dia como nunca virá, acordei e senti a chuva como nunca sentirá, acordei e estava nu, despido de qualquer mascara, qualquer roupa, qualquer luxuria qualquer rancor, acordei e me vi no espelho radiando alegria, sonho e amor, Acordei quebrei minha TV e rasguei todo o supérfulo.............. Acordei!