CARTA A CECHELLA Convite
CARTA A CECHELLA ( Convite)
Querida Cechella: É muito bom ter como amiga uma pessoa como você, principalmente sendo minha conterrana; apesar de que mesmo conhecendo muito bem o nosso Estado, não me recordo da sua cidade.
Eu sou barranqueiro como nos chamam. Sou da cidade da Barra do Rio Grande. Deixei minha cidade á muitos anos atrás, não voltei mais lá. Tenho muita saudade, mas agora é quase impossível matá-la..
Minha querida, você pede que eu faça um análise desta sua crônica, apesar de bem escrita. Mas na realidade eu acho que não é de bom tom, analisar o trabalho de alguém; mesmo porque eu acho que é uma invasão no pensamento e nos sentimentos das pessoas, principalmente quando não conhecemos bem. Contudo eu me apego muito nas palavras porque elas falam muito da nossa personalidade. Então eu terei que analisá-la respeitando os seus sentimentos. Então eu tenho medo de que como isso aborrecê-la, principalmente neste nosso primeiro contato.
Sebe? Este texto eu considero muito polêmico; choca os velhos costumes com a modernidade. “VEJA”, eu não sou careta, como diz vocês. Mas não moderno para compartilhar com a modernidade. Sou ainda um conservador, apesar de ter filhos e Neta, e ser obrigado a viver, ”participar deste novo tempo, nova criação, amizade da nova geração... Eu vou tentar dizer o que eu acho da sua crônica, respeitando o seu pensamento; analisando somente a composição que as palavras formam.
Eu vou citar o que os nossos pais nos ensinaram. Eles diziam: “Nem com tanta sede se vai ao pote”. Você disse: Tem-se mais sede nos primeiros goles, devemos sorver com sofreguidão.” Desculpe-me discordar não de você mais das palavras. Não sei se isso é a medida certa como você falou e apóia. A água pode passar muito rápida e não matar a sede, e trazer conseqüências de engasgamento. A palavra diz: que a palavra certa fica a deriva sem vacilo. Pode ser; mas... a certa altura pode não se encontrar o remo para dar direção certa ao barco da vida. O vacilo não é um erro; mas um descuido, e quando falamos, as palavras voam, mas a escrita permanece. Isso sim é um vacilo.
Você falou: temos mais opção, mais facilidades. Somos “HOMO CREDITIS Recente evolução da humanidade.” Eu tenho as minhas dúvidas se realmente nós aproveitamos estas oportunidades, e se trouxe totais valorizações. Prefiro pensar melhor, e ficar com aquele que disse: “Gostaria que o mundo acabasse hoje, quem sabe começaria tudo de novo do modo certo! E quem sabe ainda que este dia nos daremos conta de que o nosso tempo não foi desperdiçado. E o nosso esforço será recompensado; e não nos envergonharemos de nós mesmos e acreditemos que somos... “REALMENTE HOMO CREDITIS”!
Desculpe meu amor, eu posso até ser retrógado, mas é assim que penso. Por sinal eu tenho uma crônica no “R L que diz: Eu penso assim. Leia... Se possível leia também Jessika a Cortezan Virgem; acontecimento na nossa terra na década de 1940 .
Um abraço carinhoso; respeitoso e sobre tudo admirador! L I C I O.