Nada mais que ideias

Rio, 24 de dezembro de 2012 – 08h23min.

Acabei de acordar e resolvi te escrever essa carta, mais uma carta que você provavelmente nunca lerá. Não sei se é esse “espírito natalino” ou apenas mais um dia que você me faz falta, mas hoje sonhei com você mais uma vez e estava tudo tão bem no sonho...

Não vou mentir. Na maioria dos dias eu fico bem sem você, mas em dias como hoje em que todos se desejam felicidades e em dias que eu preciso de alguém que signifique muito para mim para me ouvir e me fazer rir, eu sinto sua falta. E hoje, para piorar, você ainda fez o favor de invadir meus sonhos mais uma vez.

Às vezes eu penso sinceramente em ignorar tudo o que já aconteceu e simplesmente falar com você como se nada tivesse acontecido, mas não sei se vale a pena. Algo me diz que tudo vai se repetir. Já cansei de ouvir que é normal eu ainda sentir sua falta e que isso vai passar. Talvez isso seja realmente verdade, mas e se não passar?

Sabe, de vez em quando eu me pego imaginando como eu me sentiria se algo de muito grave acontecesse à você. Eu definitivamente não gostaria disso. Não queria terminar tudo desse jeito, entende? Acho que por tudo o que passamos, ao menos merecíamos um final decente com uma conversa decente e sem isso tudo o que sempre fazemos.

Me sinto uma idiota escrevendo mais essa carta, mas eu preciso desabafar de algum jeito e esse é o melhor que eu encontro. Juro que até pensei em enviar uma mensagem de texto para uma amiga nossa e pedir seu número para te desejar um feliz natal essa noite, mas eu sei como você reagiria e não sei se eu vou ficar tranquila com sua reação. Não sei também se quero realmente retomar o contato com você...

Os dias vão passando, o ano vai chegando ao fim e quando olho para trás vejo que esse ano foi o pior de todos exceto por uma pessoa que entrou na minha vida. Talvez seja isso, não é? Uma pessoa sai e outra entra, não posso ficar com tudo para mim. Eu sei que tudo aqui está soando idiota, mas é isso, não tenho como melhorar a aparência de como eu me sinto.

Eu estava determinada a não deixar o ano terminar sem resolvermos tudo isso, sem acabar com essa briguinha infantil, mas mudei de ideia. Não me sinto preparada para encarar o que estaria por vir se eu tomasse a decisão de conversar com você. Até porque, o que eu falaria? É inútil, desnecessário. Me pergunto se essa não seria apenas uma desculpa para falar com você... Sinceramente não sei mais. Espero estar apenas sob efeito dessa chuva e desse espírito depressivo de festas de fim de ano.

Tudo isso vai passar.

Adeus.