Daqui a 50 anos, você ainda vai lembrar de mim, Fê?
Ao som de “Não deixe o samba morrer” escrevo novamente a você, Fê.
Quanto tempo se passou desde o primeiro contato?
Conheci você melhor, acho até que posso chama-lo de uma forma só minha, uma forma que em qualquer canto do universo você saberá que sou eu, a sua amiga louca que é capaz de queimar um macarrão instantâneo, pseudônimo, miojo.
Ainda não sei detalhes sobre você, mas posso afirmar que conheço o bastante. E você oque sabe de mim?
O pior é que tento ser normal, mas é quase impossível ser normal num mundo onde só há gente normal. O legal é ser diferente, deve ser por isso sou assim, anormal.
Gorda, chata, feia, retardada, irônica, comilona, doida, apaixonada por música, explosiva, respondona, determinada e excêntrica, você sabia essas coisas sobre mim?
Pode até discordar com uma coisa aqui ou ali, mas eu sou assim, eu acho que sou assim.
“Quando não puder pisar mais na avenida, quando minhas pernas não puderem mais aguentar, vou levar meu corpo junto com meu samba, meu anel de bamba que entrego a quem mereça usar”.
Você merece usar meu anel, você merece ser meu amigo, você merece a confiança que conquistou, merece tudo que digo que faço, merece cada palavra. Todo o respeito que temos um pelo o outro é um respeito que talvez ninguém tenha meu desconhecido melhor amigo, temos sempre algo em comum, que vamos descobrindo aos poucos. O gosto pelo samba, por exemplo, é uma coisa que acabei descobrindo de repente, mas como esse samba diz...
“Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar o morro foi feito do samba do samba para a gente sambar”.
Não deixe nossa amizade morrer, não deixe nossa amizade acabar, tudo isso foi feito por uma palavra que você disse e eu soube responder a altura para que nossa amizade fosse como um samba, eterna.
“A música só é boa quando daqui a 50 anos eu ouvi-la novamente, ai sim saberá que é boa”.
Daqui a 50 anos, você ainda vai lembrar de mim?