Abismo de solidão

Faltam cinco dias para o final de 2012 e como há muito tempo não me sentia, estou passando por essa jornada sem quaisquer expectativas de que 2013 possa ser melhor do que o abismo de solidão em quem me encontrei durante todo esse ano...

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Eu jurei a mim mesmo que não iria jamais me curvar às vontades alheias que me fizessem sofrer, jurei que jamais iria deixar meu amor próprio para insistir em causas perdidas, principalmente aquelas que envolvem romance e mais uma vez me vi decepcionando a mim mesmo, quebrando minhas promessas à mim mesmo e sem obter qualquer resultado diferente de encontrar-me cada vez mais destroçado por dentro...

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Na primeira vez que isso aconteceu, eu estava me afogando em culpa e achei que revelar o quanto estava frágil, arrependido e disposto a recomeçar faria alguma diferença, mas não fez e só me levou para uma profunda tristeza sem fim por alguém que não conseguiu me amar ou me compreender o bastante para querer me perdoar. Sobrevivi, segui em frente e quase três anos depois de novo aceitei esperar, dessa vez não um perdão, mas simplesmente um pouco de amor que me pudesse ser destinado...

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Seria tão bom conseguir viver sem isso, sem a expectativa de alguém que nos ame, de alguém que nos acalente nesses momentos de extremo vazio interior quando somente lágrimas e dor parecem emanar desse arremedo de seres humanos que nos tornamos, tão fracos, fracassados e perdidos...

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Talvez o tempo faça com que tudo isso que agora sinto venha a perder completamente o significado. Talvez mais tarde ao olhar essa fase eu ria, ache uma tolice sem proporção ou apenas ignore como se jamais tivesse feito parte de mim, não sei. O tempo, essa panaceia na qual todos se agarram como ultima solução para seus desesperos, angústias e ações malogradas. Talvez o tempo me exorcize, me purifique de mim mesmo...

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Por agora eu só queria dormir e acordar quando o tempo já tivesse feito seu serviço e esse abismo de solidão já não pairasse mais diante de meus pés vacilantes...