Incompatibilidade de sentimentos
Às vezes eu ainda me culpo, sabia? Quando eu me julgo e me condeno. Não pelo fim da historia. Mas sim pelo começo. Por ter me permitido amar de uma maneira que nada mais importava. Por ter aberto mão dos meus sonhos e ido atrás do que se tornaria meu pesadelo. Por ter deixado de lado o meu amor-próprio, minha autoestima, meu bom senso. Quando me deixei levar por promessas. E palavras. Todas incompletas. Vazias. Sem sentido. Mesmo tendo a plena certeza de tudo o que iria acabar acontecendo, insisti. Levei com a barriga. Acredita que cheguei mesmo a achar que pelo menos por um instante você me amou? Creio que você também. Mas se amou, foi pouco; quase nada. Nem uma pequena parte de tudo o que eu senti. Tanto tempo se passou, não é mesmo? E aqui estou eu. Vivo, inteiro. Mesmo sabendo que você não merece. Lá vou eu novamente falar do meu amor. Do meu pesar. Do meu querer e não querer. Desse sentimento que hoje é meu maior dilema. Que ora surge como um sonho, ora como o pior dos pesadelos. E me deixa sem saber o que fazer. Se escuto a razão, que exige que eu te esqueça; ou o coração, que implora, todos os dias, que eu te procure, novamente me declare. E lute por você. Por nós. Para te provar que nada do que fiz foi em vão. Mesmo com todas as lágrimas, dores, dissabores. Mas não poderia mais exigir que amadurecesse e mudasse por mim. Não aguentaria mais ter que implorar por um sentimento que já não estou tão certo se um dia existiu. Não conseguiria olhar em seus olhos e lembrar que um dia, foi com eles que você me deixou da forma mais fria. Sem pensar em ninguém mais que não em você mesmo. Sem levar em consideração todo o amor que um dia dediquei a você. Que me fez viver por você. Mas que felizmente hoje já não é capaz de me fazer "morrer" por você. É triste constatar, mas você não mereceria. Nunca mereceu. E esse fim, na verdade, foi o recomeço. A liberdade de algo que me faria mal enquanto ainda existisse. Se ainda existisse. E não falo do meu amor! Falo do seu falso amor. Assim como seu falso sorriso, suas falsas palavras. O falso relacionamento. Insistir seria o meu maior erro. Agora, meu maior acerto é, finalmente, caminhar em paz. Poder olhar pra frente sem derramar uma lágrima que seja. E te mostrar que ainda é possível direcionar a alguém que não seja você, todo o amor que um dia lhe dei. E que talvez você nunca mais receba. Quando se der conta disso, talvez me procure. Ou simplesmente se arrependa e por orgulho nada fale. Mas algo é certo: desde já, fique bem ciente. Não queira mais falar. Já é tarde demais pra VOCÊ voltar atrás. A "criança" aqui cresceu. O "infantil" adulto se tornou. E já não iria querer alguém como você ao seu lado. Se antes você não me acrescentou nada, não é agora que o faria. Mesmo sabendo que talvez não seja, o que mais desejo é que esse seja o último texto pra me referir a você. Já foram palavras demais para quem não merecia sequer uma única letra.