Carta aberta para Jandira Adami(tricotando à moda mineira...)
Jandira:
Itajubá representou muito para mim,mas eu morava na REPI(Rede Elétrica Piquete-Itajubá),na cidade de Bicas,que hoje é Wenceslau Brás.
Lá,namorei(aos doze anos !) o Gildo,rapaz com olhos de gato,bem amarelados,um doce,irmão de Maria da Glória Luz Thiago,hoje pediatra em Lorena(SP).Ele formou-se em engenharia e morreu gostando de mim,segundo a família(coisa de primeiro namorado!)Uma vez falou com meu marido Eduardo isso,e ele chegou em casa rindo e dizendo:"há um engenheiro baixinho e careca dizendo que é apaixonado por você,falou perto de todo mundo"!...Eu,gestante,com o barrigão do Gabriel,comentei:"A pessoa que sou hoje não tem nada a ver com a adolescete de então"....Depois,fui noiva(aos 15anos) do "Ditinho"(claro,não seu primo cito,pois tinha uns dois anos mais que eu,então deve ter 60...Rss.Chamava-se Benedito Chiaradia de Oliveira,um rapaz alto,forte, lindo,então.Era da família Chiaradia,por parte da mãe,D.Elza,que era diretora do grupo escolar de "Bicas",e Oliveira por parte do pai,vereador lá e fazendeiro("Seu Zé Dias").
Mas,dentro do coração,eu guardava um segredo:andava apaixonadinha pelo Mikio,cujo pai tinha uma pastelaria no Mercado Municipal.A irmã dele,Sumiko,era minha colega de sala e soube que já morreu.
A perua que nos levava todos os dias a Itajubá,passava no Mercado e meu coração disparava,ele ficava esperando.Ah,aqueles amores de antigamente,lindos!Até hoje ,cheiro de pastel,traz à minha mente uns olhinhos repuxados,um queixinho quadrado e um sorriso tímido...
Para ele,fiz essa trova:
O amor oculto floresce
qual rara flor num penedo...
Perfume que remnesce
das delícias de um segredo...
(está em meu livro "Pana-paná,Chuva de Trovas).O livro eletrônico está nas BV do CEN,conhece?
Apesar disso,eu não era namoradeira,nem mesmo desinibida,apesar dos esforços de mamãe,que me punha para recitar,dançar,fazer teatro...
No Sagrado Coração de Jesus,minhas redações ficavam nas árvores,junto às da Ana Cley,que acaba de entrar para a Academia de Letras de lá.Tive amigas da família Rennó,mas somente vim a conhecer a Terezinha Ofélia,em Boa Esperança,onde ambas fomos classificadas em concurso(as "meninas" do colégio aprendiam a escrever bem,se tinham vocação,muito bem...Rsss).Nessa data,fiz uma conferência sobre Carlos Drumond de Andrade,na Academia Dorense de Letras.A Tê é a presidente dessa academia de letras itajubense.
Tanto ela quanto a Ana Cley,freqüentemente estão em listas de poetas classificados nos concursos litrários que acontecem no Brasil...E,muitas vezes,estamos juntas...
O colégio teve um jornal chamado "Voz das Mil",eu era a redatora chefe.E a Irmã Josephina de Gusmão,que está bem idosa,mestra de Português,publicou minha primeira crônica:"Sapatilhas e Botinas",na verdade,uma resenha,na revista da Congregação.Relendo-a(a Irmã Josefina a enviou para mim),penso que tive uma premonição sobre o que se passou após o "golpe militar".
Estudei lá de 1959 a 1964,saí no meio do último ano de normalista,pois minha família retornou a Juiz de Fora.Minha vida social era em Bicas.
No CSCJ,escrevi o roteiro de um espetáculo folclore,onde dancei frevo:as fantasioas vieram de...Santa Rita do Sapucaí,sua terra,onde,segundo consta,havia um grande carnaval...
Adoraria comunicar-me com as "meninas" de minhas classes,pois como estudei em muitos colégios,morei em muitas cidades,os nomes da maioria,perderam-se na memória;teria de ver fotos e associá-las aos nomes,pois recordo bem delas,as pessoaa do cotidiano escolar...
Qualquer dia irei a Itajubá fazer essa retomada de minha própria história,vamos?
Jan,você me fez viajar no tempo...Vou encaminhar esse nosso papo para a Terezinha Rennó...
Carinho:
Clevane
N:mandei o jornal virtual "mmm do b",onde o escritor Luiz Lyrio(autor que está aqui no Recanto das Letras),diretor da Estalo,brinca de ser machão.Como sei que você gosta de textos de humor,mandei,recebeu?