Estávamos em férias ... continuação 48a. carta "Quando nosso filho voltou a falar"
O Róger voltou a falar
Era uma insistência irritante e ao mesmo tempo terna, aos olhos de quem chegava e via o pai insistindo no movimento da boca e no som da letra “a” para o filho falar. Ele pedia tanto: “Fala filho, fala. Assim, ó” e repetia a abertura da boca e soltava o som bem alto, inúmeras vezes durante o dia. O filho apenas olhava com atenção. Depois passou a fazer a intenção de abrir a boca imitando o pai. Depois já abria a boca junto. Depois foi o som baixinho. Gradualmente o som e a abertura da boca aumentaram.
O neurologista havia orientado que a chave da melhora era insistir e persistir. O pai seguiu a regra ao pé da letra.
Meses depois daquela semana de carnaval o Róger voltou a falar. Que alegria! Mérito do pai. As fonoaudiólogas participaram com as massagens, exercícios, etc. Mas o mérito foi do pai. Foi ele que acreditou e insistiu e repetiu o exercício dia e noite.
Ele voltou a falar e escrever corretamente. Usa acentos, pontuação. Tem um vocabulário amplo e rico. Dá as respostas nos tempos verbais certos.
E assim evoluiu, com a graça de Deus e Nossa Senhora para outra fase da fonoaudiologia: a linguagem.