Somente o necessário...
É...
É necessário ter coragem pra ser você mesmo...
Aceitar os seus defeitos...
Admirar suas qualidades sem se projetar no outro...
Poder ver através do reflexo o real e o irreal,
aquilo que se esconde,
acaba se desvelando...
Não deixo de ser eu mesma nem para agradar a mim mesma,
mas não sou hipócrita em dizer que sou um livro aberto...
Se fosse, não estaria em branco...
Muitas páginas já estariam amassadas,
com a tinta borrada em alguns lugares,
as bordas de algumas páginas,
já estariam ressequidas
e talvez com orelhas de tanto serem repassadas.
As cores estariam um pouco apagadas em alguns pontos
e em outros vivas como o arco-íris...
Algumas talvez estariam rasgadas, dobradas e até mesmo omitidas,
pois nem tudo que somos é totalmente real...
Escondemos parte de nós para nós mesmos.
Se fosse perfeita seria muito chata...
Creio que perfeição é não querer a perfeição...
Sobretudo, sei que sou parte de uma grande obra...
Que significo mais do que penso,
do que faço,
que vejo,
ouço e
vivencio.
Sou continuidade...
Sou o constante movimento...
O tempo para mim é relativo.
Não sou mais do que era e serei mais do que fui,
apenas me aconselho sempre a manter o movimento,
sempre em frente,
observando o melhor e o pior em mim
e em tudo que acontece...
Sem mácula,
Nem corrupção,
do ser indivisível que teimamos ser...
Sei que assusto algumas pessoas,
mas,
meu jeito de ser é este.
Não mudo pra agradar a consciência de ninguém.
Convivo bem comigo mesma.
A meus amigos agradeço a compreensão,
aos meu desafetos (se é que os tenho),
não se deixem levar pelas máscaras sociais e caricaturas
que costumamos fazer da nossas relações...
Sejamos leves...
A condenação está dentro de nós mesmos.
Para que apontar no outro o que vemos em nossos reflexos?
A vida é bem mais que "se dar bem",
é celebração,
é ter esperança,
mesmo que através de momentos difíceis...
é esperar a BOA NOVA,
é sorrir ao derrotado,
é perdoar a arrogância,
ser solicito aos bons sentimentos,
buscar o arrependimento,
soltar o reprimido,
alimentar o faminto,
levantar o caído e acolher o excluído.
Sejamos assim,
solícitos,
não perfeitos,
mas HUMANOS.
Inspirado nas multiplicidades relacionais
Alessandra Guedes