Carta de um defunto

Carta de um defunto

Rio de Janeiro 22 de novembro de 1912.

Caro amigo,
Djalma Silvério de Albuquerque, venho por esta epístola lhe informar e convida-lo que amanhã as 16:00 horas da tarde na rua Evaristo da Veiga estarei promovendo um encontro com alguns de meus amigos mais íntimos e fies que tive, para o evento trago as descrições com a lista de presente ao qual o senhor escolherá o item para levar do seu agrado ou qual estiver a seu alcance. Peço que leve uma caixa de velas pois o ambiente é escuro, velas coloridas também darão vida ao salão fúnebre, gostaria também que levassem inúmeras flores de preferência as Orquídeas que me agradam muito, charutos para alguns convidados, pois foram convidados amigos boêmios que alegraram minha vida, muito bem lembrado tragam chocolates para ser servido com o café meio amargo, gostaria que levasse champagne para ser servido as mulheres fúteis pois as que convidei os idolatram, um bolo para festejar seria ótimo de preferência o de chocolate com recheio de pasta de nozes isso vai encher bastante a barriga dos mais miseráveis, se puder colaborar leve uma coroa de flores para por em cima do túmulo durante a cerimônia feliz! Termino aqui caro amigo a lista para o grande festejo, e antes que me esqueça, se não puder levar todos os itens os quais lhe informei, traga pelo menos dinheiro em espécie na quantia de 100.000 Cruzeiros para limpar sua divida que deixou comigo antes do meu descanso.
Atenciosamente,
Juvenal Celestino do Pão Duro.
Felipe Beckmann
Enviado por Felipe Beckmann em 22/11/2012
Reeditado em 29/04/2015
Código do texto: T4000023
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