QUERIDA ESPOSA

Morada Nova-CE, 25 de fevereiro de 2007.

Querida esposa.

O sol rebenta atrás do monte e eu brindo a vida no agreste com a água da fonte do seio da terra. Minha alma de paz se veste pelo contato de seu corpo em mim. Quando amamos, árvores se enroscam em tons de sedução, colibris cortejam flores com paixão inspirados em nosso amor; o horizonte abre as portas para nós com o silêncio da paz invadindo o coração em chamas.

Como é bom te amar. Nos instantes de magia em que nossos lábios se fundem em um, escuto sempre o canto que traduz liberdade, sentindo o açoite do vento no corpo, falando-me de amor. Quando longe de você, sua lembrança me faz feliz e não me incomoda o solidão, pois os pássaros cantantes iluminam meu canto com encantos e acordes que a brisa sopra, trazendo até mim seu perfume que encanta e afasta os gritos da saudade.

Quando penso em você enfeitiça-me a alma um aroma. Não jasmim ou rosas, mas de mulher, amante, escrava e rainha. Com tanta sapiência que transmites, amarro-me em tua virtude, corpo e fé. Quando amas, delirante, meu corpo arde em tua luz em chama, eleva-se trêmulo todo meu desejo, ao tocar teu corpo quente em nossa cama. Entrego-me sem fronteiras e minha carne pulsa alucinada e louca por entre as pétalas do jardim em flor. E me entrego ao jogo, amada esposa, que desfez em mim eterna quimera. Sonhos, fantasias, desejos platônicos, hoje concretos, adeus espera.

Amor é estar em paz comigo, contigo, conosco, é cavalgar espinho pra colher flor. Enfim nós, não sós.

Infinitos beijos do teu

Gilnei Neves Nepomuceno

Gilnei Poeta
Enviado por Gilnei Poeta em 02/03/2007
Código do texto: T398911
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