AO POETA

Ilustríssimo poeta, venho por meio desta, além de enaltecê-lo, pedir sua mais sincera opinião. Queria saber de tu, que sempre sabe o que dizer e nunca para de sentir, o que escreveria na minha situação. O que faria de uma noite em que se visse perdido nas memórias que não possui, preso e desorientado, um tanto aborrecido e calado?

Supondo que parou no tempo, enquanto muitas coisas mudaram e ninguém sentiu sua ausência. Imagine mais ainda, que pôde fugir e não tinha pra onde voltar. Sei que prioridades mudam, mas aqueles que são próximos costumam ser avisados. E se não forem? Não eram próximos, importantes ou criaram sua própria ilusão.

Senhor, vejo que minha carta fica cada vez mais sem sentido, sem razão. Todavia, não subestimo vossa inteligência e capacidade perceptiva. Imagino que já percebeu minha mágoa.

Qual seria o conto, a prosa ou a poesia que trocaria uma pessoa por outra? Faça-me uma canção com lágrimas que evaporaram, num triste dia sol. Mestre, é possível expressar a dor de uma mentira? Digo, como convencer a si mesmo, depois, de que passou e seguir em frente sem amargura?

Custo a aceitar que nos tratem como meros brinquedos. Poxa, até em Toy Story os brinquedos tem sentimentos e certa autonomia. Eu sei, exagerei agora, mas é verdade e o que é justiça? Agir como o fazem contigo não justifica que faço o mesmo com outrem. Por outro lado, é certo ser tratado como tolo?

Perdão nobre poeta, deixe-me dominar por anseios pessoais novamente. Ainda assim, queria saber o que me diria, o que no seu bloco de notas escreveria.

WELCOME TO MY LIFE!

Robroy
Enviado por Robroy em 22/10/2012
Reeditado em 31/01/2013
Código do texto: T3946154
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