Insegurança
Aquele choro silencioso que ninguém seria capaz de ouvir. Sequer ver ou perceber. Aquelas lágrimas que não são derramadas pelos olhos, são sentidas pela alma. Que apesar de permitir que se estampe um sorriso no rosto, jamais secam. E por mais que um momento feliz chegue, não consegue fazer com que esqueçamos os momentos em que tanto fomos felizes, com alguém que tanto amávamos. E todos os motivos, traumas, cicatrizes que um fim tenha causado. Que mesmo que nunca sejam ditos a alguém, continuam sempre presentes. E ficam ainda mais intensos quando algo que sonhamos, às vezes por uma vida inteira, se torna um grande pesadelo. Tão cruel que já não podemos chamar 'papai' ou 'mamãe' para nos auxiliar a dormir. Quando percebemos que a vida já passou de tal forma, que agora somos nós quem devemos encará-la de frente. Muitas vezes sem força alguma, sem abrir essa dor a ninguém. Não por lembrar que não nos entendam. Mas por saber que talvez ninguém mais possa nos ajudar. Essa sim é aquela dor que passa, mas quando chega derruba. Que mesmo ao demonstrar ao mundo uma força que não se têm jamais nos fará esquecer o quanto aquilo nos faz fracos. E o quanto erramos ao esperar do mundo aquilo que já não podemos fazer por nós mesmos. Quando o medo de errar é maior que o desejo de ser feliz.