COLEGAS DE TRABALHO
Morada Nova-CE, 21 de agosto de 2005.
Estimados(as) colegas de trabalho!
Talvez vocês estejam surpresos em escrever-lhes essa missiva, afinal, isso não é comum entre colegas de trabalho, além dos arranhões, desrespeito às diferenças, falsos discursos, quedas, quebra de regras, egoísmo, possessividade e outras coisas do gênero! De início já percebemos línguas chiarem ante o teor dessa leitura.
Aprendamos a gostar de sonhos, tanto quanto não gostamos de meditar sobre nossa relação de trabalho.
Há um tempo atrás éramos jovens, no sentido literal da palavra, pessoas comuns. Estudávamos, tínhamos famílias mais equilibradas, amigos, nos divertíamos, amávamos, trabalhávamos, sofríamos juntos, freqüentávamos a igreja, sonhávamos com um mundo melhor, tínhamos ideais como qualquer pessoa normal. Será que o tempo e a idade nos tornam anormais?
Um dia, nos apercebemos diferentes de outros, pelo menos em um aspecto: cada um é cada um e não posso me perceber no outro se não consigo enxergar o outro em mim e confrontar nossas diferenças. Espero que todos tenhamos feito essa reflexão, afinal, sempre nos colocamos em um patamar acima do outro!!! Ou não é assim? Se não, precisamos urgente perceber que temos a capacidade de transformar o que está ao nosso redor e comecemos, doravante, a praticar essa dinâmica para favorecer o senso comum. Se fôssemos iguais, Deus não seria justo com o mundo, afinal, alguém precisa pensar para que o mundo evolua e nós seres humanos fomos presenteados por esse “dom animal” – o raciocínio. Deus não atribuiu dons para que ficasse apenas no intelecto; também não privilegiou meia dúzia como únicos, se assim fosse, quão pobre seria o mundo, certo?
Já pensou!
Filósofos com suas teorias somente em folhas de rascunhos?
Atores e atrizes representando para seus espelhos?
Músicos e cantores tocando e cantando apenas no banheiro?
E nós, colegas de trabalho, gastando nosso tempo em nossa educação?
Esse egoísmo seria entendível se aprendêssemos também a compartilhar nossa leitura em prol da boa convivência e respeito às diferenças.
Devemos nos recusar a acreditar que o mundo seria tão bom e igual maravilhoso, se castrados fôssemos do gozo desses prazeres sociais – as boas relações entre as pessoas; prazeres tão divulgados e prazeres que divulgados serão. Praticados? Eis a questão proposta para reflexão.
Nós somos perfectíveis – não somos perfeitos ou onipotentes, precisamos constantemente mover as fibras da nossa alma. A virtude está no caminho do meio, portanto, precisamos ser flexíveis como bambus para aproveitar as possibilidades dos momentos que se nos apresentam e construir o sucesso juntos.
Se, por momentos, perdemos o rumo das boas relações de trabalho, não temos o direito de jogar pedras e turvar a água das fontes alheias. Nosso travesseiro ainda deve ser o juiz de nossas atitudes – todos temos um.
A ilusão mira-se no espelho e se vê como estrela, lua ou sol. Que nosso trabalho mira-se na realidade do mundo das idéias, refletindo para o público as reais reflexões e evoluções da nossa vitória de forma coletiva. Quando se tem coragem, se desce na estação que se quer.
Que nosso espelho e travesseiro sejam sinceros às nossas reflexões.
Gilnei Neves Nepomuceno