Cartas

O teu perfume, ainda me prende no desejo de te amar!

O vazio do tempo sem tempo... sem mar,

sem o sabor de outrora.

Os fios dos teus cabelos prendem-se entre os meus dedos

tecendo a minha alma de saudade esculpida pela dor

rasgada pelos gumes, golpeiam trajectos de revolta inalada

pelos impulsos dos caminhos que se cruzam pela

presença dos mais indignados seres que me alimentam

com o gelo da mármore que reveste outro ser em mim...

Nada dizem, nada ditam, contudo cravejam-me os sentidos

a razão presenteada sobre o justo o se...

Inebriam-me com os seu amargos cálices de fel,

Apelo a todos os meus eus, a todas as minhas almas

Ergam-se da mais remota montanha e façam-me justiça!

Grito aos Deuses mais longínquos deixem-me amar por mais

infame que pareça por mais proibido que seja este sentimento

que tanto me atormenta, perante a injustiça daqueles que nada sabem...

mas que julgam!

Helena Correia
Enviado por Helena Correia em 20/10/2012
Reeditado em 14/10/2014
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