Estávamos em férias ... continuação 26a. carta "Cuidados com o corpo do meu filho"

... Cuidados diretos com ele.

... Cuidados indiretos com ele.

O cuidado com o corpo do meu filho era o nosso foco. Além dos ensinamentos mencionados na 12ª. Carta, uma senhora, que não conheci pessoalmente, mandou-me um recado, após a experiência de reabilitação do seu filho. O recado: “Cuide do corpo do seu filho, para dar tempo à cabecinha dele se recuperar”.

Meu Deus! Que recado importante. A gente foi compreendendo no dia-a-dia o quanto ela tinha razão.

O Luis Henrique, fisioterapeuta do hospital em SP, nos disse algo parecido, e ensinou-nos a pegar corretamente nas pernas, e principalmente os pontos principais para o transporte do paciente, da cama para a cadeira e vice-versa. Como foi importante aprender isso. Gratos!!!!

Vou resumir os cuidados com pernas e braços. Para levantar ou mexer na cama, por exemplo, o correto é sempre pegar nos joelhos do paciente e fazer o movimento. Nunca pegar pelo tornozelo e mudar de posição na cama. O correto é sempre apoiar o membro para movimentá-lo. Do contrário, o membro vai receber uma torção, um choque e as articulações vão se deteriorando. Quando o paciente puder andar, pela melhora neurológica, não vai conseguir, pelos estragos nas articulações e músculos. Desculpem-me se não consegui explicar direito.

Os pés devem ser mantidos apoiados, pelo menos com travesseiros, mantendo-os levantados. Os pés caídos vão impedir a pessoa de andar futuramente. Acontece um encurtamento dos tendões que nem sempre pode ser resolvido com cirurgias. O uso de órteses é indicado.

Na cama o paciente deve ter sempre os braços apoiados, em travesseiros, procurando deixar em posição confortável, com as juntas protegidas e apoiadas.

As mãos devem ser mantidas abertas, o máximo que se conseguir. Usar órteses, se for o caso.

A proteção do colchão feita por uma camada de espuma com pontinhas no formato de “caixa de ovo”, muito comum hospitais, precisou ser substituída, ainda no hospital. A camada de espuma afundava na região sacral, onde o peso do corpo era maior, principalmente quando sentado na cama.

Assim, tivemos que comprar um colchão de ar que é mais uma proteção contra as feridas de contato, chamadas “escaras”. Esse colchão é encontrado nas lojas do ramo de produtos hospitalares. Os pontos de pressão no corpo do paciente ficam menores por causa do mecanismo de inflar e desinflar controlados por um pequeno motor. Assim, o Róger pode ficar mais tempo deitado e sentado na cama, sem ferir a sua pele.

Conhecemos esse colchão no hospital em SP, onde todos os leitos de UTI, de Semi-Uti e dos quartos possuíam essa proteção.

Esses são cuidados que a família precisa ter, pois os profissionais entram e fazem a terapia e vão embora. O resto do dia o paciente vai ficar aos seus cuidados.

Rosa Destefani
Enviado por Rosa Destefani em 12/10/2012
Reeditado em 31/10/2012
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