CARTA QUE NÃO ENVIEI...27/12/75
No livro de Hermann Hesse, ele diz que:
“O amor que ainda não se definiu é como uma música ao longe...”
E nessa frase conclui que realmente nos sentimos curiosos, fantasiosos e com momentos de depressão.
Inseguros ao falar, agir e até mesmo pensar, talvez, para não decepcionarmos a pessoa amada ao longe, e pior quando a decepção é conosco.
E assim vamos de ilusão e desabafos com pessoas de confiança.
Em todo momento nos perturba a ideia de que tudo não passe de “momentos”.
Entretanto o medo de nos mostrarmos como somos nos impede de alcançar cada momento vivido.
Passamos a conversar com tudo que está a nossa disposição: o sol, que ele reflita raios a todo o momento e em qualquer lugar, a lua que
ela consiga tranquilizar a noite em qualquer “céu”, as estrelas que não deixem que sua solidão interfira a pessoa amada, e a amargure. Os objetos que nos trazem recordações, que eles mostrem seu poder em reviver momentos de alegria e tristeza para nos dar segurança naquilo que desejamos.
Quando esta segurança chega, infalivelmente damos um meio “passo”. E se este produz efeitos satisfatórios corremos o risco de sentirmos arrependidos por não ter ido além.
Remoendo o que fez e o que não deveria ter feito ficamos a margem daquilo que somos, que queremos.
O único receio que tenho é não desfrutar nenhum desses momentos de autenticidade completa.
30/01/77 
elaenesuzete
Enviado por elaenesuzete em 04/10/2012
Reeditado em 04/10/2012
Código do texto: T3915702
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