Uma noite de sono interrompido e…

…resolvi escrever uma carta:

Carta ao Pernilongo

Eis que, depois de alguns meses de noites aparentemente tranquilas, com o barulho da cidade lá fora (a gente se acostuma) mas aqui dentro, no meu quarto, um silêncio construído com a tv desligada e a música parada na hora de dormir, aquele zumbidinho agudo de algo voando volta a aparecer. Seu Pernilongo, o verão ainda não chegou, nem ao menos está calor, então, acho que ainda não é hora de você aparecer por aqui, pra atrapalhar meu sono.

Mas você é teimoso e apareceu. Ficou preso aqui nessa caixa quadrada com pouca entrada de luz, com a paisagem que é sempre igual (exceto pela bagunça que as vezes muda um pouco de lugar) e sempre com as mesmas pessoas que frequentam esse espacinho. E você gosta de ficar sempre perto do ouvido, mas, meu caro, eu não posso entender o que você tem a dizer. Se eu posso te dar um conselho, fica pro lado de fora da janela, pelo menos tem algumas árvores e você pode conhecer seres mais próximos à sua natureza, que vão ter algo a mais pra te acrescentar. Aqui você vai ficar aprisionado e só vai achar gente querendo te matar e te odiar. Não perca tempo com o ser humano, Pernilongo, vai ser livre lá fora!

Grata.

Fernanda F
Enviado por Fernanda F em 02/10/2012
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