O sofrimento alheio
Queria que alguém pudesse me sondar, e saber o quanto eu estou sofrendo. Mas ninguém tem o olhar mágico de saber nem através dos meus olhos fugidos, da minha respiração pausada, do meu coração apertado, da boca cerrada com o grito abafado na garganta.
Queria que alguém silenciasse ao meu lado, e apenas segurasse a minha mão, e interpretar por gestos de ternura o que eu preciso neste momento.
O canto fica calado com a esperança finda.
O outro pode fazer tão pouco para ajudar alguém, e esse pouco pode ser tão muito.
A correria do dia-a-dia só nos leva longe das pessoas, e perto de coisas que nem vale a pena.
Está sendo banal perder um amigo?
Depois se sente que faltou aquelas conversas em que riam juntos.
Meu sofrer pode levar a vida intensa, mas pode me levar a loucura imediata, fugaz e crucial. Uma loucura que me deixa à beira do precipício, onde há sombras bem densas.
A luz que você tem, irradie...
Estou aqui esperando um gesto nobre. Não é o outro, não deixe para o outro fazer, o que você pode fazer.