Mundo Azul
Como já diz a canção: "de onde eu via um mundo azul". É, eu via o mundo azul quando, apesar de algumas dores insignificantes, ainda era somente um menino. Faz tanto tempo, mas ainda me lembro com todo o carinho do mundo. Meus planos, meus sonhos, meus amigos, meus queridos professores - a quem devo muito do que sou hoje - de toda uma época já distante. Época em que eu ainda não conhecia o acinzentado desse mundo. Quando ainda não havia entrado em minha vida pessoas com a intenção de tornar o meu mundo, um mundinho preto e branco. Por muito tempo eu enxerguei o mundo assim, negro. E cometi inúmeras burradas. Que claro, gostaria de apagar. De não lembrar. Faz parte desse passado não muito bonito quanto o que vivi há até uma década e meia atrás. Hoje, pouco a pouco, consigo resgatar um pouco daquele colorido. Sem esquecer as dores, os erros, as falhas, os medos. Esquecê-los seria o mesmo que estar propenso a fazer tudo outra vez. E isso eu não quero mais. Sei bem que não posso evitar. Mas, apesar de muitas lágrimas que ainda serão derramadas, me sinto mais maduro para enfrentar meus medos de frente. Em continuar perseguindo meu sonho. Em tentar trazer à minha vida as pessoas que considero importantes e primordiais à minha existência. Como é algo que não podemos prever e, sabendo que nem todos nos aceitam como somos, certamente ainda provocarei algumas decepções. Desilusões. Ainda mais se o assunto for correlacionado ao amor. Se ainda hoje não consegui plenamente atingir o coração de quem eu acreditava amar, quem me garante que quem chegar à minha vida com esse objetivo também obterá sucesso? São várias perguntas, inúmeros questionamentos, pouquíssimas respostas. E uma única certeza: tenho tentado ser o melhor possível. Mesmo falhando, mesmo caindo, mesmo chorando. Mas quando o fim de minha vida chegar; pode ser breve, ou não, quero poder afirmar categoricamente: não me importa o quanto vivi. Importa sim, o quanto ame e seja amado. Por que quem ama e é amado não vive uma vida. Vive duas em uma só alma.