Jogando com as palavras
Jogo com as palavras. E em meio a tanto sentimento, me perco. Razão x coração. Um diz pra te esquecer. O outro me diz pra te procurar. Quando “te odeio” surgem as duras palavras de alguém querendo a qualquer modo te esquecer. Quando te amo - quase o tempo todo – surgem as palavras de ilusão resgatada, esperança renovada. Vontade de ligar, correr ao seu encontro, me jogar em seus braços. Esquecer o tempo, me entregar ao momento. E mais uma vez viver. Ou reviver quem sabe. Um reencontro traria novidades, mas deixaria à mostra todos os defeitos já conhecidos e reconhecidos por ambos. Poderia ser diferente. Melhor! Mas poderia ser muito pior. E nessa eterna contradição de meus sentimentos, vou convivendo com a ideia de te amar, te odiar; te querer, te expulsar. Sem saber quando esse jogo chegará ao seu final. E se ainda há tempo para haver um fim definitivo. Em que não sobrem lembranças, velhos “imãs” e tudo o mais. Até hoje não compreendo que força é essa que me prende a você, me liga a você dessa maneira. Faz tanto tempo. E às vezes penso que você nem sequer lembra que ainda existo. Que já existi em sua vida. Que já fiz parte dela. Que já acordamos lado a lado. Que já sorrimos juntos ao desejar um bom dia. Que já sonhamos juntos após um “boa noite”. Pergunto-me então onde estão todas aquelas promessas. As suas! As que eu fiz, não preciso estar junto a você para cumprir. E o que é mais intrigante. A palavra tem um poder tão grande sobre nós que até hoje cumpro à risca cada uma das promessas que fiz quando ainda havia o “nós”. Que já não sei se um dia realmente existiu. Ou onde se perdeu. Até mesmo o que faltou para que fosse pleno. Completo. Sem os velhos fantasmas que sempre me assombraram. Às vezes, mesmo sem querer, sussurro ao dormir um “eu amo tanto você”. Na esperança de onde quer que esteja, o sinta. O “ouça”. E me procure. Pode ser que se acontecer eu ainda esteja esperando. Mas quem sabe não é mesmo? Também pode ser tarde demais. Amor cansa. Desgasta. E o meu está quase lá...