Hora de Caminhar em Paz
Podem me julgar. Denominar-me como chato, dramático, depressivo, repetitivo, ou o que quer que seja. Mas se tem algo que valorizo em minha vida e pra mim é sagrado são os meus amigos. E nesse momento é de cada um deles que preciso. Colo, carinho, abraço. Vibrações positivas. Risadas, histórias a se contar. Aventuras a se viver. Relembrar. Distração. Bons momentos. Mas sóbrio. Já não me entusiasma a ideia de sair do trabalho, contar com o acaso e encontrar um ou outro para encher a cara. Sabendo que é no dia seguinte que estarei pior. Por cometer os velhos erros. Conviver com os mesmos equívocos. Os mesmos enganos de sempre. Preciso de verdades duras. Não mais das doces mentiras que tenho ouvido por aí. Quero reconhecer a felicidade que somente cada um deles pode me proporcionar. E se tiver que acontecer de eu conhecer alguém, gostar de alguém, que seja isso algo recíproco. Por que até então só tenho conhecido e reconhecido a ilusão. E somente palavras já não me bastam. O amor doado ou mesmo apenas recebido sem poder devolver à altura já não quero. Sinto-me maduro. Mas quero aprender ainda mais a encarar de frente os meus problemas. E sozinho ninguém chega a lugar algum. Afinal, uma andorinha apenas não faz verão. Levei muito tempo pra perceber que tudo o que ouço de minha mãe, desde criança, faz todo o sentido. Precisei levar muito tombo, cair diversas vezes. E chegou a hora de eu me levantar, erguer a cabeça. E finalmente, poder seguir meu caminho em paz.