CADERNOS DE HAIDIAN – 3

3 de Setembro de 2012

Fui cativado (como a raposa de Exupery) pelo campus da Peking University: (i) os jardins majestáticos, (ii) as quadras desportivas e (iii) as ruas que formigam de estudantes, bicicletas e folhetos de chinesices hi-tech. Conheci uma estudante jamaicana, Tisha: pequena, esguia, sorriso espontâneo, olhos rasgados à oriental e pele amarelada! No pulso, um bracelete com muitas medalhinhas com a representação de Bob Marley. Conversamos, rimo-nos. Ensinei-lhe uma dúzia de vocábulos em português. Deu-me o seu número e penso em ligar-lhe um dia destes com uns versos lembrados da música mais emblemática de Stevie Wonder.

Durante o registo, no departamento de relações extrínsecas, fomos “convencidos” a escolher (e ter) um nome chinês (sem prerrogativas!). Auto-baptizei-me “石头” – pronuncia-se “Shítou” – o mesmo que pedra ou rocha. Lembrei-me, ainda hoje, da lei número 4 de Robert Greene e Jost Elffers (As 48 Leis do Poder): “DIGA SEMPRE MENOS DO QUE O NECESSÁRIO”.