Estávamos em férias ... continuação 3a. carta
Entrei na ambulância sem pensar. Despedi do Renan e pedi que acompanhasse tudo por lá. Meu coração ficou dividido, mas o Róger precisava ser atendido com urgência.
A ambulância não tinha muito recurso. Eu ajoelhei novamente ao lado do meu filho e conversei com ele o tempo todo, encorajando-o a continuar respirando e... continuar lutando para ficar vivo. O trajeto seria pequeno, pelo que tinha entendido. Ajoelhada eu continuava rezando e pedindo a misericórdia divina. Durante o trajeto eu fiquei preocupada com a respiração do meu filho e o cinto de segurança parecia que o sufocava. Ele parecia desesperado para respirar e murmurava algo – parecia que pedia para tirar o cinto. Entao, durante o trajeto segurei o braço do meu filho mantendo afastado do seu corpo para facilitar a respiração.
Chegando no hospital em Marechal Rondon – PR meu filho recebeu os primeiros socorros. Ajoelhei-me diante da UTI, enquanto os médicos o atendiam. Levaram ele para fazer um exame. Parece que tudo demorava uma eternidade. Eu não tinha noticia dos outros também. Só me restava rezar e pedir para Nossa Senhora proteção.
A ambulância chegou trazendo Yuri. Alguns médicos foram atende-lo e eu só ouvi que ele ia para a UTI. Oh meu Deus! Novamente me senti frágil. Novamente só podia orar e entregar nas mãos de Deus.
Enquanto os dois estavam sendo atendidos pelos médicos a ambulância chegou com o meu marido e ele estava com muita dor no braço e com o ferimento na cabeça que o deixava tonto.
Renan chegou no hospital após permanecer no local do acidente aguardando a liberação da policia rodoviária e as providencias do seguro. Tinha um corte no pé e andava com dificuldade. Abracei meu filho tentando dar carinho e conforto. Nós estávamos sem notícias dos três. No hospital ele ficou muito tempo sem atendimento. Graças a Deus foi somente o corte no pé que precisava de limpeza e pontos.
Minha família começou a fazer contato, era muito difícil falar pelo telefone, embora fosse reconfortante receber o carinho de todos.
Logo em seguida os médicos me comunicaram que decidiram remover o Róger para outro hospital em Toledo, cidade mais próxima. Novamente tudo aconteceu muito rápido. Logo a ambulância chegou para levá-lo e eu entrei para acompanhá-lo levando somente a minha bolsa. Sai do hospital de Marechal Rondon com meu marido gritando de dor, Yuri na UTI e Renan sem atendimento para o pé sangrando e sem saber se tinha outros.
Fim da 3ª. Carta - Publicada em 04 set 2012