Carta Pra Dentro
Olá...
Quero te dizer que:
Eu não errei, eu só vivi, não fui comum...
Eu descobri em minhas mãos, a alegria de não ser um...
De ter vivido sem direção...
De saber longe, que no escuro, encontraria a sua mão...
Eu fui sincero, desprotegido...
Eu ouvi gritos internos, gemidos...
Eu nem sabia que eram meus...
Também julguei não serem seus...
Olhos perfeitos, boca a sorrir...
Dentes macios, na minha pele pude sentir...
Coisas fáceis de lembrar e impossíveis de se esquecer...
Eu fui um tolo em te perder...
Não por descuido, nem por desprezo...
Mas por destino, talvez por medo...
Nem importa se é claro, escuro ou cedo...
Agora é tarde pra relembrar...
A morte lenta pois-se a vagar...
Na direção insana desse penhasco...
No quarto frio ficou um laço...
Um outro alguém se hospedará...
Mas nem de longe conhecerá...
A intensidade ali gravada...
Os passos torpes pelas escadas...
De dois impuros e pecadores...
Que nas alcovas trocaram amores...
Passou meu vento...
levou...
Sacou de dentro...
Sopra, sopra mais forte...
Leva contigo a minha sorte...
E não te ofendas dos meus amores...
Pois são remendos de varias cores...
Que levam falsa paz ao coração...
Tiram da vida uma tristeza...
Saber que o sonho morreu na estrada...
E que do amor, não restou nada...
Que o dia lhe seja bom...
Que os meses lhe sejam doces...
Que os anos sejam de cores...
E que do amor não tenha dores...
Dedico a você, que de um jeito ou de outro, me fez entender que não estou morto!
Jeferson Silva