Carta Pra Dentro

Olá...

Quero te dizer que:

Eu não errei, eu só vivi, não fui comum...

Eu descobri em minhas mãos, a alegria de não ser um...

De ter vivido sem direção...

De saber longe, que no escuro, encontraria a sua mão...

Eu fui sincero, desprotegido...

Eu ouvi gritos internos, gemidos...

Eu nem sabia que eram meus...

Também julguei não serem seus...

Olhos perfeitos, boca a sorrir...

Dentes macios, na minha pele pude sentir...

Coisas fáceis de lembrar e impossíveis de se esquecer...

Eu fui um tolo em te perder...

Não por descuido, nem por desprezo...

Mas por destino, talvez por medo...

Nem importa se é claro, escuro ou cedo...

Agora é tarde pra relembrar...

A morte lenta pois-se a vagar...

Na direção insana desse penhasco...

No quarto frio ficou um laço...

Um outro alguém se hospedará...

Mas nem de longe conhecerá...

A intensidade ali gravada...

Os passos torpes pelas escadas...

De dois impuros e pecadores...

Que nas alcovas trocaram amores...

Passou meu vento...

levou...

Sacou de dentro...

Sopra, sopra mais forte...

Leva contigo a minha sorte...

E não te ofendas dos meus amores...

Pois são remendos de varias cores...

Que levam falsa paz ao coração...

Tiram da vida uma tristeza...

Saber que o sonho morreu na estrada...

E que do amor, não restou nada...

Que o dia lhe seja bom...

Que os meses lhe sejam doces...

Que os anos sejam de cores...

E que do amor não tenha dores...

Dedico a você, que de um jeito ou de outro, me fez entender que não estou morto!

Jeferson Silva

JCRS
Enviado por JCRS em 24/08/2012
Reeditado em 24/08/2012
Código do texto: T3846214
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