MEU AMIGO, VELHO POETA.

Meu amigo, velho poeta.

Devo dizer em resposta ao seu elogio cínico que a arte da contradição é pleonasmo. O que você repete indefinidamente encerra o não dito e procura esconder o que não coube. Dizer mais será ouvir. Não. Muito cabe nos auto falantes amplificados, nas cabines automovidas, nas cacholas empoeiradas.

O “grito” ecoa doméstico por toda Noruega, e na periferia chega consumidor. Rio represado não tem discurso, é mudo. Se não transcende não constitui. Espírito sem vida é sílaba morta, há que se lustrar o verbo. Que razão haveria em ordenar essas orações se não de.

Sentado, diante da janela, avisto horizonte nebuloso. A chuva refresca a atmosfera.

Um grande abraço, também cínico, meu amigo.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 20/08/2012
Reeditado em 23/01/2014
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