UMA LONGA ESPERA.

NA ANTE SALA DA UTI,OBSERVO AS PESSOAS A MINHA VOLTA.

ALGUMAS RIEM,OUTRAS COMEM,MASTIGAM REPETIDAMENTE UM CHICLETE E EU ACHO QUE SOU A UNICA QUE REALMENTE ESTÁ SOFRENDO COM TODA AQUELA ESPERA.

A GRAVIDADE DE SEUS ENTES QUERIDOS NÃO PARECE ATINGI-LOS TANTO QUANTO A MIM,DÁ A IMPRESSÃO QUE SÓ EU SEI A VERDADE,SÓ EU CONSIGO ENTENDER TUDO AQUILO.

O MEDICO CHEGA A ANTE SALA E FALA COM CADA FAMILIAR,SUAS PALAVRAS BONITAS E DIFÍCEIS IMPRESSIONAM A TODOS MENOS A MIM QUE SEI O QUE EXATAMENTE ELE ESTÁ FALANDO.

ME QUESTIONO LONGAMENTE SOBRE FAMILIARES QUE AGEM COMO SE ESTIVESSEM ENTENDENDO TUDO E ME PERGUNTO SE NÃO SERIA MELHOR SE EU TAMBÉM NÃO SOUBESSE NADA.

SERIA MAIS FÁCIL ME ILUDIR.

JÁ NEM SEI QUE DIA É HOJE,ELES NEM MAIS SÃO DIFERENTES UNS DOS OUTROS,SÓ SÃO MAIS LONGOS E SUPERIOR A DOR DO ONTEM.

OS RELÓGIOS NÃO TRABALHAM,O TEMPO PARA,MEU CORAÇÃO SE INQUIETA E SANGRA FERIDO,DILACERADO.

ATÉ ONDE A DOR É SUPORTÁVEL AO SER HUMANO?

oliveiras das oliveiras
Enviado por oliveiras das oliveiras em 17/08/2012
Código do texto: T3835132
Classificação de conteúdo: seguro