UMA CARTA POEMA DIFERENTE.

(Nova Versão)

 

 

Imaruí, SC, 01/05/06

 

 

Senhora Glau,

 

 

 

Na verdade, eu não sei se posso chamar de poema o que vou escrever em seguida, entretanto, essa mal chamada peça literária terá as características de poema, mas, num enfoque todo especial, eu vou tentar fugir daquele estilo romanesco que tu conheces muito bem.

Porém, antes de entrar definitivamente nesse novo estilo, eu quero apresentar as minhas desculpas por titular esse esboço com a saudação impessoal de “Senhora Glau”.

Pois a acho um tanto distante por não ter nada a ver com os meus tratamentos anteriores, e mesmo por não ser na verdade esse o meu real feitio.

Mas, como já me propus a escrevê-lo dessa forma, quero dizer esdrúxula, eu vou dar continuidade para ver no que vai dar.

Vamos lá!

Este poema pretende ser diferente, pelo menos hoje eu estou me propondo a isto, realmente é a minha intenção escrevê-lo de uma forma diferenciada dos demais escritos até agora.

Também é verdade que tenho de tomar todos os cuidados, pois se tangenciar a minha própria vontade é certo que, eu serei levado por um turbilhão de emoções e acabarei confessando que te amo de muito amor.

 Aliás, isso já foi feito dias atrás com a seguinte declaração: Adoro-te, isto é certo. Amo-te, confesso!

É desnecessário dizer isto, pois sempre venho repetindo para ti quase todos os dias, inclusive, em todos os poemas que componho com os meus mal chamados e mal traçados versos.

O que eu tenho notado em mim mesmo é que, quando se está envolvido por um grande amor, não se sabe dizer outra coisa a não ser que: Eu te amo realmente.

Pronto, já sai daquilo que a princípio tinha me proposto, que era o de escrever algo que não fosse repetitivo.

Agora mesmo estou com vontade de voltar lá no alto desta carta, lá no início do texto e acrescentar ao lado de “Senhora Glau”, aquele chavão carinhoso que já se tornou corriqueiro, na verdade, uma práxis gostosa exercida em meus poemas: “Senhora Minha Muito Amada”.

Por Deus que eu me esforço para escrever algo diferente para ti, não sei se é uma vontade do coração, da razão ou da alma, o fato é que, essa trindade existencial, o coração, a alma e a razão estão totalmente tomadas por ti.

Santo assalto!

Uma genuína invasão, para a qual, não ofereço sequer uma mínima sombra de resistência.

Daí a dificuldade em te escrever de uma forma diferente, porque esse sentimento que me envolve faz com que tu convirjas de forma total, ocupando assim o meu coração, a minha alma e a minha razão.

Essa invasão não é uma lavagem cerebral ou uma possessão anímica negativa, é acima de tudo uma doce faxina existencial, um arejamento devaneador da minh’alma.

E pelo que eu tenho sentido é uma limpeza gostosa, muito gostosa, muito linda.

Na verdade, este poema que não é poema, mas sim uma prosa de improviso como todas as prosas, sinceramente tem uma contextura totalmente diferente.

Eu acho que tu estás notando este novo estilo, ele realmente é inédito para mim e acredito que para ti também, mas também devemos levar em conta que ele é gostosinho, sincero, espontâneo, e não é safadinho e nem tão pouco assim letrado.

Senhora Minha Muito Amada, veja que estou voltando ao meu chavão querido e costumeiro, isto para tentar te explicar o porquê de nós os poetas, termos dificuldades em fugir daquela lavoura poética cheia de lirismo, amor, fascínio e daquele romantismo estonteante que muito nos tem envolvido ultimamente.

Se me perguntares o porquê de estar escrevendo dessa forma, confesso que eu também não sei, eu só estou querendo dizer para ti o quanto tu és importante para mim.

E isso, eu sempre te direi em qualquer estilo literário ou, até mesmo, através da minha paranormalidade telepática que acho muito fraca, ainda.

Por que minha linda, quando a gente ama de verdade, isso fica expresso em qualquer estilo literário ou em qualquer vibração emocional.

Queiramos ou não, o amor emerge e se esparge em qualquer forma de expressão lingüística, mesmo que não venhamos usar aqueles vocábulos próprios da paixão e do amor em si.

Espero que tu estejas gostando desse meu novo estilo, pois a lavoura poética tem diversas facetas.

E elas germinam viçosas porque estão plantadas em terra fértil de amor, e tu exerces a função alimentadora de verdadeiro celeiro de nutrientes.

Quais seriam esses nutrientes que fazem com que essa plantinha germine bobinha e viçosa?

Minha Linda, esses nutrientes que fazem viver essa plantinha chamada de amor são: Os teus sorrisos, os teus olhos de mel, os cabelos de furioso trigo maduro, os lábios de rubras rosas, o teu encanto em dançar para mim, os teus beijos que voam todas as noites em minha direção, e os abraços cheios de ternuras que me apertam com certas querências.

Enfim, é esse sentimento de amor e mais tudo aquilo que tu me dedicas de tão longe, sem ao menos eu merecer tanto.

Este meu novo estilo que mais se parece com o de Mário de Andrade e, muito distanciado do de Padre Antônio Vieira, ele tem somente por objetivo dizer que estou totalmente tomado de amores por ti.

Assim devo imaginar como devias estar te sentindo naquele sítio ou chácara, imagino que tu estarias livre, leve, solta, fagueira e feliz.

Mas no fundo bem no fundo de mim, eu cheguei a não gostar, porque quando tu ficas assim, eu fico sozinho e órfão de ti.

Para que esse poema, essa prosa ou essa cartinha on-line não fique totalmente desesperançada, eu vou colar lá encima um coração bem bonito e em chamas, porque afinal de contas, o que estou escrevendo nada mais é senão aquilo que contém o meu coração abrasado de amor.

Eu não sei se realmente neste novo estilo eu disse o que tinha vontade de dizer, contudo apesar de ser um tanto coloquial, acho que ficou chancelado o meu imenso amor por ti.

Este foi e é o meu real propósito.

Amo-te misteriosamente!

O que eu escrevi pode ser considerado diferente, mas os meus beijos continuam os mesmos, assim como o meu sentimento de amor por ti.

Eu te amo nojenta fujona.

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 15/02/2007
Reeditado em 15/02/2007
Código do texto: T382422