Lembranças de um dia de chuva

Ah! Como me lembro daquela noite

Quando a chuva veio a bater em minha face

Tão leve como uma bruma...

E eu pude descobri-lo

Você! Que vinha às pressas em minha direção

Correndo com suas roupas coladas ao corpo

Meio que moldando suas formas singulares

E destacando sutilmente suas curvas

E assim não pude conter meu instinto natural

Olhei-o de cima a baixo enquanto se aproximava

E já perto o bastante abracei teu corpo frio e tremulo

Que sacudia a cada gota fria que nele tocava

E envolto em meus braços o aqueci

Tal como uma tarde de primavera és capaz de fazer

Então foi que senti seus braços me envolverem

Como a procurar proteção

Acheguei-te mais em meu corpo

E coloquei sua cabeça a descansar em meu peito

Acariciei teus cabelos já encharcados pela chuva

E satisfeita fiquei abraçada a você

Não dando importância as roupas molhadas

Eu admirava teu corpo que se encolhia molhado

Como a entrar em mim

Confesso que diante dessa cena fui egoísta

Foi quando encontrei teus olhos

E neles pude ver o seu desejo aflorado

Tateei sua face como a descobrir mais de você

E então beijei delicadamente seus lábios

Para apenas conter sua vontade

Senti seu corpo tremer... Um tremor diferente

O corpo que antes tremia de frio

Agora estremece aquecido pelo desejo

Sem que note o guarda-chuva já não nos protege

Sinto assim a chuva a cair sobre nossos corpos

Colando-os e unindo-os em uma só alma

E sem sair do lugar viajamos por nós mesmos

Visitamos o cume mais alto do nosso mundo

Fazemos da chuva nossa cúmplice e alheia

E abrasado por esse sentimento que nos envolve

Essas gotas geladas não mais nos incomodam

E nada mais significam

E antes que possam nos atingir... Evaporam-se

Tamanho é o nosso calor agora

Que noite exultante que nos uniu

Como eu queria que esses devaneios se fizessem real

E eu pudesse te ter novamente

Estou presa sem saber por onde passeia

E apenas vejo a chuva cair pela janela

Enquanto meu coração se entristece com sua falta

Olho as gotas solitárias baterem no vidro

E ecoarem em meus ouvidos na esperança...

Na esperança de virar e escutar tua voz

A me chamar pelo meu nome...

Bruxinha Faceira
Enviado por Bruxinha Faceira em 06/08/2012
Reeditado em 06/08/2012
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