Ciclo

"Quando morrem os mortos? Quando a gente os esquece. Quando desaparece uma cidade? Quando existe mais na memória dos que a habitaram. Quando se deixa de amar? Quando se começa a amar novamente. Disso não há dúvida." Laura Esquivel – no Livro a Lei do amor.

Tudo na vida é um ciclo, parece até um clichê eu dizer isto, mas o que importa é que algumas vezes alguns ciclos não são bem encerrados e passamos uma vida inteira restaurar a fenda que ficou na transição de um ciclo a outro.

Encontro-me a despertar novamente o menino que há dentro de mim, penso em dar um tempo para mim, para redescobrir os encantos de uma paixão juvenil, como por exemplo: roubar uma rosa do quintal do vizinho e entrega-la de última hora, mesmo que sem embrulho e levemente despedaçada. Uma vez que quando estamos na primeira fase da paixão, encontramo-nos desembrulhados de sentimentos e sensações, com o coração levemente em pedaços. O frio na barriga é tão intenso e o medo da outra pessoa não querer ver-te mais chega ser tão intenso que parece que a cada encontro é o resultado de mais uma batalha vencida.

Contudo, os nossos relacionamentos vivem de batalhas a serem conquistadas a cada dia. A cada aurora quando admiro os teus olhos não sei o que mais resplandece em mim: se são os raios solares que entram pela janela do meu quarto ou se é incandescência que emana dos teus olhos aos meus.

Não quero que morras no meu esquecimento, não quero “desaparecer-te” da minha memória, só quero deixar os antigos amores e não ter mais dúvidas que eu poderei te amar.