Vulnerável à genialidade do poeta
Há textos que me tomam com tal emoção que é preciso interromper a madrugada e tentar, pela palavra, dá conta de mim, ali, naquele momento. Foi assim com Putas Tristes e ontem, com METADE, do O. Montenegro. Tinha-o em meus arquivos, entre os preferidos, mas antes, nunca constituído de sentido quanto ontem.
Mergulhei nele e fui tomada de um “estar em ti”, na fala dele. Tomou-me, no poema, a tua poesia. Enxerguei-te ali, na inspiração de Osvaldo. Repeti a execução em áudio. Repeti-o.Repeti-o e à medida que o fazia, me arrepiava...me emocionava. Te encontrei ali, naquele texto, Amigo! Naquele texto! Sem dúvida és tu! Reconheci, no texto, o teu cansaço ( também eu, exausta, derrotada, vencida). E morri, ontem, tantas vezes que, exausta, molhada ( e dessa vez não é umidade de fêmea, mas a da dor) me entreguei, vencida, na varanda, na rede.