E então você chegou.
Olhou, naturalmente,
mas nem me notou.
Nem podia de tanta luz,
que a aliança ofuscou.

Não viu nem as estrelas
que corriam dos meus
olhos para os seus.
Houve encantamento,
mas somente pra mim.

Você continuou sua vida,
enquanto eu evanescia,
contando minutos para te ver,
alinhavados com os segundos.
Torpedos enviados com os olhos,
nunca entendidos, não conectados.




Enfim, num insight traduzido!
Repentinamente, das trevas fez-se a luz,

você me quis e até me surpreendi.
E como num passe de mágica,
quando o decálogo se distraiu,

nós jorramos um no outro.

Já não era eu em seus braços,
era outra... Desvairada e louca.
Perdida e, de repente, achada.
Não pode ser pecado!
Tanto amor outrora desperdiçado.
E, numa ginga louca, amamo-nos,
como se não houvesse amanhã,
muito menos depois de amanhã.

Foram momentos furtivos e roubados,
enquanto anjos da guarda piscavam.
Agora não sei o que é pior: vegetar
ou aguardar um novo cochilo celestial?
Porque, supostamente, você foi meu!
Ou será que, louca, imaginei tudo?

Não delirei! Pois não preciso fechar os olhos
para reviver cada palavra e gesto seu.
Parece que gastamos a cota que me cabia,
pois bebi cada taça de suas carícias.
Após uma interminável regressão, eu soube:

Você me pertenceu... Foi todo meu!
Delirei... Acordei suada com o travesseiro.
Precisamos acordar do sonho ao amanhecer.
Mesmo porque, no dicionário, não há
referência de paixão à segunda vista.



Railda
Enviado por Railda em 12/07/2012
Reeditado em 24/06/2016
Código do texto: T3774447
Classificação de conteúdo: seguro