Com Carinho e Indecisão.
Estou cansado. E é um cansaço de uma vida inteira; como se não fosse bastante os momentos de desolação proporcionados por mim mesmo na vã tentativa de me esquecer do mundo. Não que eu estava te esquecendo, mas o que sinto já não é tomado por aquela chama ardente que queima vinte quatro horas por dia sete dias por semana. Passou. Adormeceu. Sumiu. Não sei.
Por esse motivo, tenho me sentido culpado. Nos distanciamos bem mais do que eu poderia pensar que aconteceria. E essa culpa me retem os mais duvidosos pensamentos em busca de respostas cujas perguntas são feitas sem retórica.
Já não sei o que o futuro reserva para mim ou para você. Também já deixei de fazer planos há mais de um ano, depois que toda aquela catástrofe aconteceu. Me pergunto se o certo seria correr atrás ou dar pistas; abstenho-me a simplesmente ficar quieto e não exigir demais da minha pessoa. Sei que tudo isso não daria em lugar nenhum, não mais. E, por esse motivo, remoendo dentro do meu peito, tento esquecer da pergunta que sempre vem a me bater como um tapa na cara:
“Daria certo uma outra vez?” Eu não sei. E nem você sabe. E acho que vamos continuar sem saber.