Os dias sem você

21:21, tá pensando em mim?

Que pergunta triste de se ouvir.

Ontem eu andei sozinho-acompanhado, a triste solidão andava do meu lado; E de mãos dadas comigo, dançando sem música sorria tão feliz.

Nas mãos a tua foto, pensamento longe, alguns ruins e outros péssimos... Porque haveria de ser diferente? Porque eu não teria de pagar sofrendo? Ah Deus, mas se for esse o trato me deixa definhar de uma vez... E Ele diz que nada tem haver com isso, e que eu assuma as consequências de algumas escolhas. Po Deus!

Meus olhos vermelhos tão parecendo de um back, mas antes fosse porque ai eu viajaria pra sei lá aonde, mas não estaria ai, sentindo as porradas.

Daí Ele me lembra que as porradas também são consequências, mas que Ele ta comigo, me olhando e que eu preciso passar por tudo isso agora. E que lá na frente eu vou entender... Po Deus, tá doendo pra caramba. E agora silêncio.

Pra que dom?

Porque escrever se escrever me faz doer? Me faz sentir que eu tô pendendo prum lado só e tô ficando torto que nem a Torre Eiffel, a culpa é minha mais ela é grande.

Só eu sei o quanto de coisa tão nas minhas costas e mais uma vez eu tô gritando lá pra cima: - JOGA, PODE JOGAR TUDO QUE EU AGUENTO.

Mas velho, eu não tô aguento mais porrada. Porque é porrada por dentro, é endoscopia com um desfibrilador ligado a 220 volts.

E eu sorrio, o dia todo, a tarde toda... Pra todo mundo, mas com você eu choro. E puta merda, eu disse que não ia chorar, então você faz aquela voz que sempre me imobilizou e me pergunta "Siquer"? Poxa amor, daí você derruba essa barreira que é do tamanho da Barragem das Três Gargantas na China, e eu deságuo toda aquela água que tava lá, porque eu sou forte longe de você, mas cara, que merda de fraqueza boa que você me dá, me empoem sei lá. E o melhor, eu amo isso tudo.

Agora eu tô aqui, com uma muralha ruída catando os cacos, tijolos e colocando no lugar, porque você precisa de mim não é mesmo?

Olha eu tô bem, juro, mas eu não posso pensar em nada.

Porque se eu penso eu lembro de você e não é que você me faça mal, você faz bem pra cacete, é só que você tá longe e daqui a minha mão não te alcança.

Então eu sinto como se sufocasse, meu coração dispara e... Agora eu já não tô sentindo meus dedos; Os braços estão dormentes iguais as pernas. Eu caí de joelhos. Meu corpo não recebe mais ordem do cérebro... O coração aperta, minha visão escurece e volta só pra que eu possa bater com a cabeça no chão gélido e olhar a tua foto que está no armário.

Dizem que na hora da morte á pessoa consegue ver tudo o que viveu, porque as coisas boas é o que ela irá levar pro céu.

Incrível, eu vi você e todas as nossas datas, todos os nossos meses... Agora os olhos se foram também, e minha respiração está tão fraca que eu já não sinto mais nada, o som não existe e nem o paladar. Sinto serragem na boca...

Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.

Acordar, tomar banho e partir pra serviço...

Assim é que os meus dias sem você estão começando.

Paschoal George
Enviado por Paschoal George em 24/06/2012
Reeditado em 11/09/2012
Código do texto: T3742696
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