Sou feliz, infeliz.

Inverto a (infeliz) frase do Vinícius -“o amor é infinito (ou eterno) enquanto dura” – para “o amor é eterno porque perdura” (caso contrário, era falso amor).

Procuro no Pensamento “Sou culpado” refletir sobre fatos que muitas vezes analiso com acuidade depois de ocorridos, e, assim, induzo sobre o que “errei”, ou sobre o que o outro “errou” - o que pode me levar a erros insanáveis...

A base da estrutura de minha vida é mental [v. Sou metal], quando a previsibilidade [v. Leio mentes] é fundamental no meu convívio - vivo por hipótese.

Se a minha conduta, num certa época, era exercida em consonância com a previsibilidade a respeito do que concretamente existia, e eu era feliz, como, depois que a conduta do outro, que me foi completa e literalmente imprevisível, tem o condão de anular a felicidade que eu vivia? “Eu era feliz e não sabia” – frase pronta que remete à irrealidade, pois, repetindo, não há como haver conduta (válida) sem previsibilidade no “eu era”... “Eu era infeliz e não sabia”, idem, avaliação sobre um passado, à época, imprevisível...

Assim, não há como dizer “Eu era feliz e não sabia”, ou “Eu era infeliz e não sabia”, sem incorrer em crasso erro de julgamento, dês que em ambos os casos a perspectiva do que acontecia ou não ensejaria “bola de cristal”.

“Eu era feliz” – sim, posso rever os fatos pretéritos e julgar a minha felicidade; ou, “Eu era infeliz”, idem, a minha infelicidade. Porém, acrescentando “eu não sabia” [v. Teoria Finalística de Hans Welzel – intenção, culpa etc.], a conduta se torna irrelevante na apreciação de “erros”.

Num lapso de tempo era feliz (e tenho elementos, dados, que me permitem afirmar essa felicidade): ótimo. Hoje sou feliz com que convivo, e como vivo... E sou infeliz por não ter mais quem eu gostaria de conviver! O que fazer com isto? Ser feliz, e, à la fois, infeliz! Construo “castelos” com a minha felicidade, e choro por minha (irreversível) infelicidade – quanto mais me aproximo da realidade, melhor vivo e convivo com esta mesma realidade, constatando que ser feliz e infeliz faz parte da própria existência - se eu fosse completamente feliz, ou completamente infeliz, de certo algo estivesse errado comigo, na minha forma de ver a vida.

Bjs!

Rodolfo Thompson.

Ps. Páginas podem ser passadas, mas, muitas vezes, devem ser revistas para ser mais bem vistas e compreendidas...

Rodolfo Thompson
Enviado por Rodolfo Thompson em 17/06/2012
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