Desabafo

Com um lápis e um papel esquivo-me da prisão

Cá tenho alvedrio em meu mundo de ilusão

Não anseio ser diferente...só...ausente

Neste cálice que me corrói até o derradeiro fio de esperança

Que herança ignomia deixaste para mim...que levarei até o fim

Como desvirtuar o que nunca está igual?

Como ser careta se ser insano é normal?

Como retificar tudo de tortuoso se a lei é desigual?

Também posso ser afortunado neste caos-carnaval

Onde a verdade assombra

E dissimular a vista é a saída para não notar o mundo errôneo

Vamos dar risada...migalhas de pão

Para o infante nesta prisão

Sem grades...teto estrelar...tapumes de chão

Onde o ar é grátis...mas saldamos para contaminá-lo

Onde a poeira não baixa...já desce pelo ralo

Vamos sair...já estou extenuado de me planejar

Planejamento subliminar...sem raciocínio...televisão à elucidar

Não vou camuflar nada...não temos que se mortificar

Ser afável à toa e o mundo a nos subjugar

Partamos para rua...dar a face a bater

E obtemperar de outra maneira...mas não sabemos nem escrever

Brasil

Há de ser um Brasil melhor