Juventude Atual: A Ausência de Disciplina e do Sentimento de Vergonha.
Natal, 24 de Maio de 2012.
Cara Luzia Aparecida Falcão Costa,
Dirijo-me a vossa senhoria, como jovem pensante, para tratar de uma temática de evidente relevância por envolver a formação do legado cultural de toda uma sociedade, no que tange ao desenvolvimento da identidade humana num contexto histórico de uma geração. Ética, disciplina, moralidade, são princípios cultivados no âmbito familiar norteados pelos genitores, cuja função é orientar a formação de uma personalidade e um caráter próprio dos filhos para projeção na sociedade de cidadãos influenciadores de forma positiva o meio constituinte, a fim de estabilizar o bem-estar social ou melhorar a convivência.
A questão a ser discutida é: Inversão dos valores adquiridos, ou valores distorcidos repassados? Devido à relativa ascensão do poder aquisitivo e conseqüente melhoria da qualidade de vida de boa parte da população, a prioridade dos pais não tem sido objetivar a construção de valores em suas crianças para refletir no futuro jovem. O desenvolvimento tecno-científico, econômico, a própria sociedade de consumo, a busca por oferecer o padrão de vida “ideal” e suprir além das necessidades dos filhos, justificam os comportamentos de parcela da sociedade jovem, considerados como egocêntricos, materialistas, imorais, sem princípios e rebeldes.
Esse estado de ser resulta desse conjunto de fatores somados. O sentimento de poder frente às vontades e desejos sempre supridos arquiteta futuros adultos com personalidades rotuladas que externam características peculiares, como as já citadas, identificando uma geração sem valores.
Considero esses pensamentos como rótulos idealizados defeituosamente, pois generaliza uma classe em metamorfose desigual. Como uma representante jovem, não posso admitir que todos eles paguem pela restrição ideológica da sociedade à uma única imagem negativa ao nosso respeito, já que estou incluída.
Parte dos jovens absorve valores distorcidos durante sua formação humana, que provêm do meio no qual está inserido, às condições em que foram submetidas e aos limites impostos. Portanto, minha cara, é imprescindível que o crescimento do sistema educacional acompanhe a ascensão do mundo globalizado, com projetos sociais, psicopedagogos, que mobilizem a massa jovem de forma a sociabilizá-los, integrá-los em temáticas atuais, para retirá-lo de seu mundo isolado, e paralelamente desfazer estereótipos e cessem os ataques psicológicos e comportamentais a essa geração, da qual sou participante e atuante.
Respeitosamente, Cagil Jovem (pseudônimo).