te encontrar em qualquer lugar
Dentro de instantes caímos em lugar algum e o ponteiro marcava zero quilômetros. Velocidade máxima e o ponteiro no zero quilômetros. E me diz, pra onde estamos indo? Um lugar melhor? Sem chance, não existe essa porcaria de lugar que os anjos tocam pra você numa flauta doce, é tudo conversa fiada de quem acredita demais e acaba sem ter onde cair. E nós temos, não vê? O céu. As estrelas dizendo oi e você não devolvendo a gentileza. Dentro de instantes caímos em lugar algum e senti o calor dos seus braços dizendo adeus em silêncio para mim. Sem mesmo dizer. As palavras me escorrem como queda d’água e sei lá porquê eu olho na janela na esperança de te ver, mania estúpida que adquiri vendo romances da época da primeira guerra mundial. Eu busco respostas onde não há perguntas e o que é isso? É algum truque que existe entre acreditar em fadas e o fato delas existirem só porque você acredita nisso?
Você era a minha única exceção e todos nós sabíamos disso. O meu maior ponto fraco, aquele lugar que você escolhe pra dar a facada final. Era o túnel que me cega de vez e me mostra no fim um espetáculo de luzes que me cega mais ainda. Era o meu motivo de textos, o som das abelhas no meu ouvido cansado. Você era a minha dor nas costas e o alívio da noite. Era tanta coisa. E nós caímos em lugar algum e o ponteiro marcava zero quilômetros, mas eu sentia tanta velocidade nos lábios. No ponto final, no tique e no taque. Na pausa que o comercial tosco da tv nos dá de bandeija. Eu te encontraria novamente no fim de alguma brecha da história maior que tem. E eu te encontraria no fim de algum sorriso meu. Sem mesmo sorrir.
Eu te encontraria em qualquer lugar.