EU, VOCÊ E O SONHO!
Você, sempre errada, errante e inconseqüente. Decidi então interromper minha dor, extirpando todo o mau que recaía sobre mim. Esmaguei teu sedutor batom, cortei as sedutoras minissaias; rasguei tua foto; queimei teus bilhetes, rabisquei tuas cartas e pensei estar resolvido, pois minha intenção era deletar de minha mente, a tua imagem para sempre.
Findei por retirar de você meu impronunciável sobrenome. Ignorei teus versos tristes, tentava desconstruir tua obra, tua vida. Quando perguntado, neguei teu nome trinta vezes. Tentei todos os artífices para me descompatibilizar definitivamente de você. Enveredei por forças ocultas, fiz macumba, foi um descaso, roubaram meu despacho. Carecia esquecer aquela chama, aquele amor que sempre reacendia em mim lembranças desastrosas e nulificava meu poder de reação. Praguejei teu desdenho, tua infidelidade e tua capacidade em esquecer-me. Com o tempo, readquiri a razão, apenas não consegui tirar você do meu coração.
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"Escrevo o que sinto, mas não vivo o que escrevo"