Perdida

Seria como se eu estivesse flutuando numa atmosfera vazia e enorme, onde eu só flutuo e flutuo no nada, deixando meu amor se esvair pelo meu corpo até aponta do meu pé, como se eu estivesse escorregadia e não conseguisse mantê-lo em mim, como se pouco a pouco uma escuridão o engolisse de mim, como se as minhas mãos não fossem mais capazes de segurá-lo.

E então eu começo a entender que te perdi, e vem toda essa dor muda, que não chora, que não comove mais ninguém, uma dor que se desgastou com suas repetições, mas que mesmo assim, não é menos dolorosa, devastadora e cruel...

Eu não consigo manter no rosto a lucidez, eu passeio pelos tormentos do sono e me consolo na minha cama fria e inabitada, transformada em lugar de chorar...

Me revolto com os criadores de mim, de nós e me canso...

A sua falta chega a ser mortal aos finais de tarde, eu invoco todos os tipos de santos e almas benfeitoras, invoco a Deus que me ajude, mas a dor consegue chegar ao meu espírito com a força de dez dragões cuspindo fogo e pavor no meu mundo que agora está sem ti.

Eu carrego o fim dos meus dias como amada sua, assim como uma chaga perpétua que contamina o ar de quem está por perto.

Eu não sei até onde vou conseguir flutuar, meu sofrimento está ficando pesado e estou com medo de cair...

Estou delirando, sozinha e no escuro.

Até quando irei te chamar?

vivi star
Enviado por vivi star em 27/05/2012
Código do texto: T3691164