Não posso dizer que se trata de uma carta, apenas de um registro, breve, rápido, não menos importante do que seria se posto em um livro, um tratado, um compêndio...até porque nenhum conhecimento tenho, nenhum mesmo, nada sei, nem antes muito menos agora, ah, muito menos neste instante, sinto que não sei de nada, mesmo sobre mim.
O que sei , o que apenas imagino saber, conhecer, é da falta que sinto de ti, sinto muita falta de ti, imensa,  - tal um oceano em seus pontos mais profundos, abissais - disto sabemos: eu e tu -, mais do que de mim , é apenas disto que neste minuto, nesta tarde, neste domingo, embora belo, claro, calmo, limpo, de agradável clima, prenúncio de uma semana tranquila, lindo dia, porém vazio, vago - tal qual vagas oceânicas - , triste pois sem ti, nada mais para mim pode se revestir de nenhuma importância pois tu não estás aqui, nem em realidade, nem em perspectiva, nem em mínima nuance, sem tua presença nada vale, nada conta, nada importa por mais importante que pudesse ser.
Poderia ter tudo e nada representaria para mim pois tu não estás aqui - na realidade posso afirmar que tenho tudo e apesar disto ou por causa disto continuo a sentir-me como um nada, repletamente vazio. E isto é tanto pela falta de tua presença física mas mais ainda pela falta de qualquer perspectiva de que de algum modo isto venha a mudar, venha a se alterar, venha eu a ter uma mínima esperança de voltar a te sentir como antes eu pude sentir. Mais do que tua falta física é a ausência total de qualquer esperança de uma mudança neste estado de coisas, por mais que eu desejasse que houvesse um milagre, sim, é como se apenas por força de um milagre tudo voltasse a ser como antes, pois pelo menos antes havia esperança.
Ah, como eu gostaria que tu estivesses aqui.
Ah, como eu desejaria que tu estivesses aqui.
Ah, como eu queria que tu estivesses aqui.

Apenas isto...
Pelo menos isto...


http://youtu.be/umYtRR4TYwM







Vauxhall
Enviado por Vauxhall em 20/05/2012
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