Minha história

Acredite, eu tenho uma história.

Pequena, é verdade, mas ela existe.

Eu tenho uma historia e ela faz parte de mim, o que sou hoje, o que sei, o que acho se deve exclusivamente a ela, você faz parte da minha historia e, como já disse muitas vezes, no que depender de mim estará presente quando eu escrever o ultimo ponto, mas o que já foi escrito não pode ser apagado e eu não apagaria se pudesse.

Não sei se tudo que vivi (ou achei que vivi) teve como função apenas me fazer estar da forma que estou para te encontrar, se foi essa a função, ótimo, aqui estou pronto para você, pronto como um diamante bruto que deve ser lapidado por suas mãos.

Mas nessas paginas passadas onde não havia sequer menção da sua presença, existiram outras, de verdade, idéias, pessoas-letras... Mas existiram e há uma memória boa e ruim de cada uma delas, as boas paginas do passado espero repeti-las contigo, as más que tenham servido de lição para que não se repita contigo o que aconteceu.

Noto que há capítulos que não te agradam saber, acredite, quando os conto, conto sem intenção nenhuma alem da de compartilhar, de dizer “olha, aconteceu isso comigo...”. Acredite quando digo que depois de você não há mais ninguém, nem passado, nem futuro.

Será um tipo de medo velado até mesmo de você de saber que, apesar de tudo, não foi a única na minha vida? Saber que existiu uma Carol, uma Lara... Ora, elas passaram por mim assim como eu passei por elas e deixamos marcas mutuas, não quero apagá-las, mas sim, por as suas por cima. Assustando-a ou não, eu só quero você agora.

Se um dia acontecer de meus olhos passarem a enxergar outra pessoa, você será a primeira a saber, já aconteceu uma vez e não mudaria minha postura, não tentaria, quem sabe, “cozinhar” você para ver o que vai acontecer.

Se o que sente é temor, abandone-o, tive bons momentos sim, mas nenhum deles se compara aos que já tive contigo, o melhor dos abraços passados que recebi não equipara as nossas mãos dadas na primeira noite. Mesmo meus medos passados não se comparam aos medos presentes, ninguém nunca esteve tão dentro do meu peito como você está e, de verdade, prefiro perder um pedaço da carne a perder você, mesmo sabendo que, de repente, o pedaço da carne que me falte faça-a me olhar com outros olhos...

Meu livro começou a ser escrito em 16 de Agosto de 1988 e você surgiu nele em algum dia do inicio de 2006, todos os dias eu te estendo a caneta para que escreva comigo até a ultima página, que seja seu o meu ponto final.