Cartas a meus medos: I
Na amais sólida certeza de sanidade lúdica, permaneço insano e justo; sou capaz das mais vis e cruéis covardias. Violento-me a mim mesmo pois amo, e não me permito abortar esse amor senão à loucura de meus atos. Cubro-me do mais negro e escuro manto ( a noite me tens por amante e as estrelas calcinei com infâmias e pecados e medos) e o sol já não mais me atinge: aboli- o de meus verbos e versos e o som de seu nome me fere os ouvidos.Hoje sou o reverso da discórdia e do medo, sou o nada revelado, anti-poeta dos malditos versos